Brasil atinge recorde de 200 mil focos de incêndio em 2024
Em 2024, o Brasil superou a marca de 200 mil focos de incêndio, o maior número registrado desde 2010. As queimadas são impulsionadas por atividades humanas e condições climáticas severas, como a seca intensa e o fenômeno El Niño, agravando a situação no Pantanal e na Amazônia.
Em 2024, o Brasil enfrentou uma temporada recorde de incêndios florestais, com mais de 200 mil focos registrados até setembro, superando os 189.926 focos de incêndio de todo o ano de 2023. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que este é o pior índice desde 2010, quando mais de 221 mil focos foram registrados. As queimadas quase dobraram em relação ao ano anterior, destacando o impacto das condições climáticas e atividades humanas.
A seca intensa é um dos principais fatores que agravam a situação. O Pantanal enfrenta a pior seca dos últimos 73 anos, e a Amazônia vive a maior seca em quatro décadas. O fenômeno climático El Niño, que altera os padrões de temperatura e precipitação, também contribui para a expansão das queimadas. As condições de baixa umidade, temperaturas elevadas e ventos fortes têm facilitado a propagação dos incêndios em diversas regiões do país.
Os incêndios começaram mais cedo em 2024, com grandes focos de queimada surgindo em Roraima e no Pantanal, e os impactos ambientais já são visíveis. Até agosto, mais de 56 mil km² de áreas foram devastadas, um espaço maior que a soma de cinco estados brasileiros. Em setembro, o número de focos de incêndio já alcançava 73 mil, aumentando a preocupação com os danos ambientais que podem ser irreversíveis.
O estado de São Paulo também atingiu um recorde histórico de focos de incêndio em 2024, enquanto toda a América do Sul experimenta uma das temporadas de queimadas mais severas em 26 anos. As queimadas geram consequências ambientais profundas, destruindo a biodiversidade e aumentando a emissão de gases de efeito estufa, agravando ainda mais o cenário das mudanças climáticas.
As queimadas no Brasil são amplamente influenciadas por atividades humanas, como o desmatamento e a expansão da agropecuária. Essas práticas, combinadas com a seca e o clima extremo, têm transformado grandes áreas florestais em regiões de risco para incêndios. Além disso, as queimadas afetam diretamente a saúde da população, aumentando a ocorrência de doenças respiratórias devido à fumaça que se espalha por várias regiões.
Embora exista a expectativa de que as chuvas, previstas para outubro, possam ajudar a conter os incêndios, a transição para o fenômeno La Niña, que traria chuvas para as áreas afetadas, está se mostrando mais lenta do que o esperado. Isso prolonga a crise e dificulta a recuperação das áreas já devastadas pelas queimadas.
O monitoramento das queimadas é feito principalmente pelo Inpe, que utiliza imagens de satélites para identificar os focos de incêndio. Essas informações são cruciais para a tomada de decisões pelas autoridades ambientais, que tentam combater as queimadas em diversas frentes. No entanto, o controle das queimadas é um desafio devido à extensão das áreas atingidas e à falta de recursos adequados para as operações de combate ao fogo.