Socol: com herança italiana, presunto cru é exclusividade do Brasil
Você já teve a chance de experimentar o socol? Esse presunto cru é um prato muito popular no estado do Espírito Santo, embora o nome possa soar estranho para alguns. Originário da Itália, o socol é produzido de forma exclusiva na cidade de Venda Nova do Imigrante, situada na região serrana do estado.
Tudo sobre Socol: história, onde encontrar e como é feito
O sabor único e a textura diferenciada do socol conquistam muitos paladares exigentes, mas o seu preço pode ser considerado elevado para alguns, já que o quilo do presunto cru custa, em média, R$ 130.
O socol, que é produzido exclusivamente no município de Venda Nova do Imigrante, localizado na região serrana do Espírito Santo, é uma iguaria muito conhecida no estado, embora o nome possa parecer estranho para alguns.
A tradição culinária dos imigrantes italianos é presente na produção do socol, que se tornou um produto único no mundo graças à sua adaptação à cultura brasileira. Feito de carne de porco, o socol é um embutido que se originou do ossocollo, um produto muito consumido na Itália.
A diferença entre eles está na parte do animal utilizada na produção: enquanto o ossocollo é feito do pescoço e é rico em gordura, o socol é feito do lombo, uma parte magra.
Desde 2018, o socol recebeu o selo de identidade geográfica (IG), que certifica a sua origem no noroeste do município de Venda Nova do Imigrante e destaca a tradição e qualidade do produto. O processo de produção do socol é uma tradição familiar que já perdura há mais de 130 anos.
A marca Tio Vé, produzida artesanalmente pela família de Thais Falqueto, é envolta em uma membrana chamada peritônio e passa três dias na salmoura antes de ser pendurada para maturar por meses, durante os meses mais frios do ano, entre maio e outubro. É nesse período que o fungo benéfico para o embutido se desenvolve, deixando a maturação da carne mais lenta, mas sem alterar seu sabor ou odor, graças à proteção da membrana.
A singularidade da região de Venda Nova do Imigrante é essencial para a produção do socol. Somente nessa região ocorre o processo de socolização, que envolve um fungo encontrado ali e que é essencial para a maturação da carne do socol.
Segundo Alexandre Cesquim, presidente da Associação de Produtores de Socol local, o fungo verde e, às vezes, o branco são benéficos para o socol, enquanto o amarelado pode alterar o seu sabor, o que ocorre durante o verão. É essa singularidade da região que faz do socol um produto tão valorizado pelos produtores locais e apreciado pelos consumidores.