Ônibus empacados, influenciador cutuca prefeitura e caos no terminal vira novela em Caieiras
O trânsito apertado ao redor do terminal rodoviário de Caieiras voltou a provocar ruído nas redes sociais após uma postagem do influenciador Diógenes Garcia, conhecido por administrar a página @caieirasaquisefala e ocupar cargo comissionado no Gabinete do Prefeito. No dia 25 de julho, ele publicou uma imagem de ônibus parados na Avenida Professor Carvalho Pinto com a legenda provocadora: “Por que eles podem ficar parado na Avenida e nós não? Alô Demutran!”. A publicação, acompanhada de emojis e erros gramaticais, expôs não só o problema, mas a impaciência da população.
Pontos Principais:
- Publicação no Instagram denuncia ônibus parados fora do terminal de Caieiras.
- Influenciador Diógenes Garcia, ligado à prefeitura, provocou debate ao cobrar o Demutran.
- Terminal é considerado pequeno e não comporta todos os veículos simultaneamente.
- Viação Cidade de Caieiras afirma que paradas são para intervalo de refeição dos motoristas.
- Prefeitura de Caieiras não se manifestou até o momento, ampliando críticas da população.
A Avenida Professor Carvalho Pinto é uma das artérias que circundam o terminal municipal, que já passou por reformas mas continua pequeno para o volume de veículos que ali circulam diariamente. Os ônibus ficam estacionados ao lado do terminal, ocupando uma das faixas da via enquanto aguardam espaço interno para prosseguir suas rotas. Segundo o influenciador, a denúncia teria partido de moradores cansados de ver a situação se repetir sem solução visível por parte das autoridades.
Com a repercussão, Diógenes retornou ao Instagram para dar um segundo enfoque ao caso: os motoristas de ônibus estariam, por sua vez, enfrentando dificuldade para sair do terminal por causa da desorganização provocada por táxis, carros de aplicativo e veículos particulares que obstruem a passagem na área do Boulevard. “Tem que ter bom senso né galera de deixar uma passagem para o ônibus sair do terminal!”, escreveu, em tom de apelo.
A movimentação nas redes evidenciou um cenário de descompasso entre a infraestrutura urbana e a rotina da cidade. A sobreposição de funções em uma região limitada fisicamente — embarque, desembarque, espera, trânsito comum — tem criado um ambiente propício a conflitos e desentendimentos, tanto entre usuários do transporte público quanto entre motoristas profissionais e particulares.
Procurada pela reportagem, a Viação Cidade de Caieiras foi a única a responder oficialmente. Em nota, informou que os ônibus parados na Avenida Professor Carvalho Pinto estão em intervalo de refeição dos motoristas. Justificou ainda que o estacionamento temporário ocorre apenas em horários de menor movimento, quando o número de ônibus simultaneamente no centro excede a capacidade do terminal. A empresa afirmou que não há embarque ou desembarque no local e que os veículos só permanecem na via até que surja espaço dentro do terminal.
Ainda segundo a nota, a empresa reafirmou seu compromisso com a segurança, a organização do tráfego e o cumprimento das normas de trânsito, declarando-se aberta ao diálogo com as autoridades para buscar soluções viáveis para o problema da mobilidade urbana local.
Já a Prefeitura de Caieiras, por meio de seus canais oficiais ou via Demutran, não respondeu até o fechamento desta matéria. A ausência de posicionamento reforça a sensação de omissão sentida por parte da população e levanta questionamentos sobre a responsabilidade pela reorganização viária de um dos pontos mais movimentados da cidade.
A situação no terminal rodoviário de Caieiras não é nova, mas os posts do influenciador trouxeram frescor ao debate e escancararam a precariedade da gestão pública frente à mobilidade urbana. O problema parece ultrapassar a simples questão do estacionamento de ônibus e atinge em cheio a lógica de planejamento urbano: há mais veículos do que vagas e mais demandas do que respostas.
Na prática, o que se vê é um gargalo estrutural que se reproduz diariamente, com ônibus encostando em fila dupla, carros desviando em zigue-zague e motoristas discutindo espaço. A cidade assiste ao impasse como um episódio recorrente, esperando que a prefeitura — ou quem de fato coordena o transporte — transforme o improviso em política pública concreta.
A página @caieirasaquisefala, embora não oficial, cumpre hoje um papel informal de ouvidoria nas redes. É por lá que muitos moradores denunciam, cobram e interagem com problemas que não encontram canais institucionais para resolução. O episódio dos ônibus é mais um retrato dessa dinâmica digital que expõe, pressiona e, às vezes, obriga o poder público a reagir.
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