Meninos estão trocando relacionamentos reais por IA, alerta ex-CEO do Google
O ex-CEO do Google, Eric Schmidt, expressou preocupações sobre como os avanços da inteligência artificial estão impactando as relações humanas, especialmente entre jovens. Durante sua participação no podcast The Prof G Show, Schmidt destacou que adolescentes, principalmente meninos, estão recorrendo a namoradas criadas com IA, o que pode gerar problemas de saúde mental e desconexão social.
Segundo Schmidt, os adolescentes têm buscado apoio e diversão nas plataformas digitais, criando uma obsessão por relações artificiais que nem sempre são saudáveis. Ele mencionou que essa tendência é mais comum entre jovens homens devido a diferenças no nível de educação em comparação às jovens da mesma faixa etária.
Schmidt também relacionou esse fenômeno ao impacto dos algoritmos de redes sociais. Ele afirmou que adolescentes estão frequentemente expostos a influenciadores extremistas e bots manipuladores, o que agrava problemas emocionais. “Uma criança de 12 ou 13 anos não está preparada para lidar com os aspectos bons e ruins desse universo digital”, explicou.
A preocupação de Schmidt ganhou ainda mais atenção após um caso envolvendo um adolescente de 14 anos que tirou sua própria vida após interagir com um chatbot obsessivo. O incidente levantou questões sobre a responsabilidade das empresas no controle de suas tecnologias. A família do garoto está processando a desenvolvedora do bot, alegando que não houve alerta mesmo quando o adolescente expressou pensamentos suicidas.
O ex-CEO defendeu mudanças na legislação americana, que atualmente isenta empresas de responsabilidade sobre os conteúdos postados em suas plataformas. Ele argumentou que avanços só ocorrerão diante de tragédias semelhantes. Além disso, Schmidt sugeriu que os pais monitorem mais de perto as atividades online de seus filhos para evitar exposições a conteúdos prejudiciais.
Esse cenário reflete o impacto crescente das tecnologias de inteligência artificial nas relações sociais e aponta para a necessidade de novas regulamentações e maior conscientização sobre os riscos associados.