Mãe e filha resolvem morar em McDonald’s e dizem ter sofrido ameaças
Bruna Muratori, de 31 anos, e sua mãe, Susane Paula Muratoni Geremia, de 64 anos, estão vivendo em uma unidade do McDonald’s no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, desde o início do ano. Elas dormem na calçada do estabelecimento e passam o dia dentro do local. Apesar da situação incomum, elas têm celulares, usam roupas limpas e consomem alimentos na lanchonete e em outros comércios da região.
Nos últimos 15 dias, Bruna e Susane têm relatado uma série de agressões e perseguições. No último sábado (13), Bruna foi agredida por uma mulher enquanto estava na lanchonete. Segundo Bruna, a agressora se sentou na mesa ao lado, lanchou e começou a xingá-las. Para evitar mais tumulto, Bruna não respondeu às provocações, mas a situação piorou quando a agressora continuou os ataques verbais na calçada e avançou contra ela.
Bruna correu para a delegacia e registrou a ocorrência na 14ª Delegacia de Polícia (Leblon). A polícia solicitou as imagens das câmeras de segurança de várias lojas da rua para investigar o incidente. O funcionário de uma loja vizinha confirmou que as imagens foram requisitadas pela polícia.
Diante da escalada de agressões, Bruna e Susane estão buscando um novo lugar para morar. “Não dá mais para ficar aqui. Estou vendo alguns apartamentos mais distantes dessa área. O que der para fechar, vou fechar. Precisamos sair daqui”, relatou Bruna.
Natural de Porto Alegre, Bruna mudou-se para o Rio de Janeiro há oito anos. No Rio Grande do Sul, ela era professora de inglês particular. Planejava fazer faculdade quando se mudasse, mas a vida seguiu um rumo diferente. Continuou dando aulas particulares até se estabelecer e, após a pandemia, começou a trabalhar em outras áreas.
A situação das duas ganhou repercussão nas redes sociais e no bairro devido ao preconceito enfrentado. Bruna acredita que a atenção indesejada veio em parte pela aparência diferente das duas em uma área de alto padrão. Ela relatou que muitos moradores do Leblon enfrentam dificuldades financeiras, mas mantêm as aparências, e a presença dela e da mãe expõe uma realidade incômoda.
Agora, Bruna e Susane esperam conseguir um novo local para morar e deixar para trás os episódios de agressão e perseguição.
Fonte: iG.