Harvard promete pílula rejuvenescedora até 2035 e diz que humano de 150 anos já nasceu
A ideia de alcançar os 150 anos de vida já não habita apenas os domínios da ficção científica. Em pleno 2025, o renomado geneticista David Sinclair, da Universidade de Harvard, afirmou que a ciência está prestes a redefinir os limites do envelhecimento humano. Segundo ele, a primeira pessoa que viverá um século e meio já nasceu — e essa conquista poderá ser viabilizada por uma simples cápsula antienvelhecimento, com lançamento previsto até 2035.
Pontos Principais:
- Harvard prevê pílula rejuvenescedora até 2035 com base em reprogramação epigenética.
- David Sinclair afirma que a primeira pessoa que viverá 150 anos já nasceu.
- Testes com humanos devem começar em 2026, inicialmente com foco em doenças oculares.
- IA ajuda a acelerar descoberta de compostos antienvelhecimento para uso em larga escala.
- Especialistas apontam riscos éticos e desigualdades no acesso às novas tecnologias.
- Regiões como Okinawa e Sardenha reforçam a importância de estilo de vida saudável.
A aposta está ancorada no avanço da reprogramação epigenética, um processo que restaura as características funcionais de células envelhecidas, sem alterar sua estrutura genética. A equipe de Sinclair conseguiu regenerar tecidos de camundongos e macacos, revertendo inclusive funções do nervo óptico. O próximo passo já tem data marcada: testes clínicos com humanos começam em 2026, priorizando pacientes com doenças oculares degenerativas.
As pesquisas integram o Dog Aging Project, iniciativa colaborativa entre Harvard, a Texas A&M University e a University of Washington. Além de injetar esperança no campo da longevidade, o projeto movimenta cifras bilionárias e atrai gigantes da biotecnologia em todo o mundo. Os tratamentos, por ora, variam entre US$ 300 mil e US$ 2 milhões — mas o objetivo é reduzir custos até chegar a um produto acessível para uso diário.
A inteligência artificial também entra como peça-chave na equação. O uso de algoritmos acelerou a identificação de compostos com potencial antienvelhecimento, superando métodos laboratoriais tradicionais. Sinclair acredita que, com a IA, a medicina poderá personalizar terapias com mais agilidade, abrindo espaço para uma nova geração de medicamentos regenerativos.
Mesmo com o entusiasmo crescente, o debate não ignora os riscos. Especialistas como Jan Vijg e Aubrey de Grey alertam para uma possível elite biológica global, caso o acesso às terapias seja limitado a quem pode pagar. A desigualdade social pode ser acentuada por uma revolução genética desenhada para poucos. A ética, portanto, tornou-se tão crucial quanto a engenharia celular.
A preocupação com qualidade de vida também se impõe. Para o gerontologista S. Jay Olshansky, viver mais só fará sentido se isso vier acompanhado de bem-estar físico e mental. “Não basta esticar os anos, é preciso garantir que eles sejam bons”, resume o especialista. A longevidade, sozinha, não é sinônimo de saúde.
Fora dos laboratórios, cientistas lembram que os fatores mais poderosos continuam sendo comportamentais. Regiões como Okinawa (Japão), Sardenha (Itália) e Nicoya (Costa Rica), chamadas de “zonas azuis”, concentram idosos longevos com base em hábitos simples: alimentação natural, convivência social forte, prática regular de atividades físicas e baixos níveis de estresse.
A expectativa de vida global, que hoje gira em torno de 73,4 anos, já ultrapassa os 84 em países como o Japão. O que está em jogo agora não é apenas ampliar esse número, mas romper com o próprio conceito de envelhecer. Para Sinclair e outros entusiastas, o envelhecimento será tratado como uma condição reversível — e não mais inevitável.
Enquanto a ciência avança em ritmo exponencial, a indústria biotecnológica acompanha o movimento com investimentos robustos nos Estados Unidos, Europa e Ásia. A corrida pela juventude artificial está aberta, impulsionada por inteligência artificial, experimentos com primatas e promessas de cápsulas milagrosas.
Resta saber se, entre nós, já caminha silenciosamente o primeiro humano centenário e meio — alguém que, sem imaginar, poderá testemunhar o fim da velhice como conhecemos.
Fonte: Carro.Blog.Br, Infomoney, Oglobo e Terra.
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