Evento na Avenida Paulista lembra Dia Mundial da Conscientização de Epilepsia
Neste domingo (26) pela manhã, centenas de pessoas vestindo camisas e segurando balões roxos realizaram uma caminhada pela Avenida Paulista, em São Paulo, para lembrar o Dia Mundial da Conscientização de Epilepsia. Além disso, panfletos explicativos sobre a condição também foram distribuídos durante o evento.
Em 2008, uma criança canadense chamada Cassidy Megan criou o Purple Day (ou Dia Roxo), quando tinha apenas 9 anos de idade. Cassidy decidiu que a cor roxa representaria a epilepsia por causa da flor da lavanda, que simboliza solidão e isolamento – sentimentos comuns para muitas pessoas que vivem com a condição.
“Neste dia, as pessoas se vestem de roxo e fazem uma caminhada para mostrar a todas as pessoas com epilepsia, no mundo, que elas não estão sozinhas”, disse Maria Alice Susemihl, presidente da Associação Brasileira de Epilepsia (Abe), em entrevista à Agência Brasil.
De acordo com Maria Alice, a Abe está empenhada este ano em destacar a exclusão da pessoa com epilepsia do mercado de trabalho, da vida social e das atividades escolares em geral. Ela ressaltou a importância de conscientizar as autoridades sobre a necessidade de criar políticas públicas específicas para garantir a inclusão das pessoas com essa condição.
A epilepsia é uma doença neurológica séria que afeta de 1% a 2% da população mundial. No Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas são acometidas pela condição, de acordo com a presidente da Abe. No entanto, Maria Alice acredita que esse número possa ser ainda maior, pois muitas pessoas evitam ir ao médico por medo do diagnóstico. Ela destacou que há muito preconceito em relação à epilepsia, o que leva muitas pessoas a não procurarem tratamento e não serem diagnosticadas.
“A epilepsia é uma doença neurológica crônica, mais comum. Acontece como um curto-circuito no cérebro. Existe um excesso de impulsos elétricos, ondas cerebrais, que movimentam diferentes partes do corpo”, explicou Maria Alice.
Conforme explicado pela presidente da Abe, a crise epiléptica geralmente ocorre devido a cicatrizes no cérebro causadas por eventos como acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo craniano ou fatores genéticos. Ela esclareceu que o cérebro tem uma predisposição para gerar crises epilépticas e que existem mais de 40 tipos de crises, incluindo ausências e mioclonias (espasmos musculares rápidos que afetam uma parte ou todo o corpo).
Maria Alice ressaltou que em 70% dos casos, a epilepsia pode ser controlada parcialmente ou totalmente com medicamentos, o que não impede que uma pessoa com a condição trabalhe ou estude. Ela informou que há um movimento no Brasil, na Organização Mundial da Saúde (OMS) e na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para criar uma política pública de epilepsia até 2030.
A epilepsia não é uma doença contagiosa e, ao testemunhar alguém tendo uma crise epiléptica, é importante agir de forma adequada para garantir a segurança da pessoa. Para ajudar durante uma crise, é recomendado colocar a pessoa deitada de costas em um lugar confortável e seguro, com a cabeça protegida com algo macio. É importante colocá-la de lado com a cabeça elevada e não tentar segurar os braços ou pernas da pessoa. Objetos que possam machucá-la devem ser removidos e não se deve tentar colocar objetos na sua boca. Permaneça ao lado da pessoa até que ela recupere a consciência. Se a crise convulsiva durar mais de cinco minutos sem sinais de melhora, procure ajuda médica imediatamente.
*Com informações da Agência Brasil e GovBr.