Entrevista: Digão Tattoo conta porque é apaixonado pelo Chevrolet Opala
Ele ‘respira’ Opala e contou suas aventuras para conseguir ter o carro dos sonhos. O entrevistado da semana é Rodrigo ‘Digão’, tatuador de renome em Caieiras, que também é apaixonado por Opala, primeiro carro da GM fabricado no Brasil.
A paixão começou ainda na infância, pois seu pai sempre teve carros grandes, dentre eles um Opala. “
Meu pai sempre teve esses carros. Vem de sangue. Só que eu não podia nem chegar perto do carro dele, mesmo eu sendo filho único [risos]. Mas eu gostava muito do barulho e ficou marcado”, disse Digão.
Bastou ganhar os primeiros reais para que logo saísse em busca de um veículo deste porte.
“Ainda pequeno pensava: quando der vou comprar um para mim. Meu primeiro foi um Opala Comodoro 4 cilindros com câmbio na coluna. Vi o carro numa agência em Francisco Morato, meio que largado. Comprei por 10 x de 1.000. Peguei o carro e nem sabia trocar de marcha e vim na primeira marcha até Caieiras”, contou.
Segundo Digão, foi uma paixão que só cresceu e acumulou 12 Opalas ao longo do tempo. “Pirei no carro. Mas fui ao evento tempos depois e entrei em um 6 cilindros. Me encantei e você já deve imaginar o que aconteceu, né?”, falou, dando detalhes curiosos. “No mesmo dia arrumei um rolo dentro da feira. O vendedor me chamou de louco por trocar um todo original por um todo mexido. Insisti e depois de andar no carro, troquei na hora. Depois desse, tive mais 12 Opalas” revelou.
Um dos modelos que ele mais gostou foi comprado em Brasília. “Comprei o prata em Brasília em 1992. Vi o carro, peguei o avião fechei negócio e voltei. Trouxe o carro numa cegonha. Reformei ele, restaurei. Na época eu paguei 25 mil e gastei mais 10 mil e vendi por 70 mil para um colecionador”, declarou.
Dicas para quem quer ter um Opala
Segundo Digão que é um “Lowrider”, nome usado para carros transformados em expressões culturais e para os aficionados que os fabricam e os dirigem, ter um Opala nos dias de hoje vai exigir muita grana. “A manutenção é caríssima e poucos mecânicos mexem. Hoje, pegar um para restaurar vai gastar entre 20 e 25 mil. Se a ideia for deixar 100 % original vai pagar perto dos 100 mil. Não é para qualquer um. Mas quem gosta, não mede valor”, salientou.
Dentre as dicas, ele alerta ficar atento com o câmbio, motor e lata. “A longarina também deve ser olhada. Mas não custa lembrar que opaleiro resolve sozinho quando parar na estrada. Não tem sensação melhor do que ter um Opala. Tem de gostar muito. Dá manutenção direto, mas vale a pena”, finalizou.
*Entevista concedida a Alan Correa.