É verdade que cães conseguem detectar doenças em humanos? Entenda
Muitas pessoas acreditam que o diagnóstico de doenças depende de máquinas caras e tecnologia avançada. No entanto, animais como cães, ratos e abelhas têm mostrado habilidades notáveis na identificação de condições médicas, usando principalmente seu olfato aguçado.
Os cães são conhecidos por detectar uma variedade de doenças. Eles podem identificar câncer de bexiga, mal de Parkinson e crises epilépticas. Cães de alerta médico são treinados para associar odores específicos a recompensas, permitindo que reconheçam mudanças de odor ou alterações físicas e comportamentais de seus tutores. O olfato dos cães é incrivelmente sensível, sendo cerca de 10 mil vezes mais poderoso que o dos humanos.
Ratos também possuem habilidades olfativas impressionantes. O rato-gigante-africano, por exemplo, é treinado para detectar o odor de explosivos e também desempenha um papel importante na detecção da tuberculose em amostras de saliva. Eles são rápidos e eficientes, analisando 100 amostras em apenas 20 minutos, com uma taxa de sucesso de 81%.
As abelhas, apesar de seu pequeno tamanho, também são eficazes na detecção de doenças. Elas podem identificar câncer de pulmão, tuberculose e COVID-19. Treinadas para reagir à presença de odores específicos, as abelhas desenrolam suas línguas em resposta a odores característicos de doenças, recebendo uma recompensa açucarada como incentivo.
A capacidade desses animais de detectar doenças está relacionada à sua habilidade de perceber alterações nos compostos orgânicos voláteis (COVs) liberados pelo corpo humano. A respiração exalada pelos humanos contém cerca de 3,5 mil COVs diferentes, cuja composição muda conforme a saúde da pessoa. Animais treinados podem identificar essas mudanças sutis, proporcionando uma detecção precoce e precisa.
Esses métodos de detecção animal não são apenas eficazes, mas também oferecem uma alternativa rápida e econômica aos testes tradicionais. Por exemplo, cães treinados foram mais rápidos e baratos na análise de amostras de COVID-19 do que os testes PCR rotineiros.
A utilização de animais para detecção de doenças apresenta desafios éticos e regulamentares. É crucial garantir que a saúde e o bem-estar dos animais sejam prioritários. Apesar de serem considerados ferramentas de análise, há um potencial significativo para que esses animais desempenhem um papel central no diagnóstico de doenças no futuro, complementando e aprimorando os métodos laboratoriais existentes.
Explorar essas capacidades olfativas pode ser extremamente benéfico, mas é necessário equilibrar a eficácia dos métodos com a ética do uso de animais.
Fonte: G1.