Colapso no Hospital Albano: unidade de Franco da Rocha atinge 207% da capacidade e suspende atendimentos
O Hospital Estadual Dr. Albano da Franca Rocha Sobrinho declarou colapso estrutural e funcional na última quinta-feira, 8 de maio de 2025. A informação veio a público após a divulgação de um comunicado interno da unidade, que opera em Franco da Rocha, na Região Metropolitana de São Paulo, e atende pacientes dos municípios do consórcio CIMBAJU — formado por Caieiras, Francisco Morato, Franco da Rocha, Cajamar e Mairiporã. A superlotação, segundo o documento, atingiu o índice alarmante de 207% no setor de pronto-socorro.
Pontos Principais:
- Hospital Albano está com 207% de ocupação no pronto-socorro e 100% nas UTIs.
- Unidade declara colapso e pede que novos pacientes não sejam encaminhados.
- Faltam oxigênio, pontos de gases e leitos de isolamento na unidade.
- CEJAM, responsável pela gestão do hospital, ainda não respondeu aos pedidos de esclarecimento.
- Secretaria Estadual da Saúde não anunciou medidas para conter a crise.
No local, que dispõe de 26 leitos, havia 55 pacientes internados simultaneamente, o que gerou uma sobrecarga inadministrável. Outros 13 pacientes ainda aguardavam transferência pelo sistema estadual CROSS, sem qualquer perspectiva de vaga. A lotação forçou a direção da unidade a emitir um alerta oficial às autoridades sanitárias, incluindo o SAMU e o Corpo de Bombeiros, avisando que não há mais condições mínimas para a admissão de novos casos.
Além do volume de atendimentos, o colapso se agravou pela ausência de equipamentos e insumos fundamentais. A falta de oxigênio e pontos de gases medicinais atinge áreas críticas do hospital, comprometendo inclusive a ventilação mecânica de pacientes graves. O hospital afirma também não dispor de leitos de isolamento, com 100% de ocupação nas enfermarias e UTIs.
Em nota interna, o hospital destacou que “encaminhar pacientes nessas condições colocará em risco tanto os novos quanto os já internados”, evidenciando o perigo real de desassistência em uma unidade que deveria ser referência regional em saúde. A gestão do hospital é feita pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, que ainda não se posicionou oficialmente sobre os desdobramentos do colapso.
A situação dramática escancara o abismo entre a demanda crescente por atendimento de qualidade na saúde pública e a real capacidade operacional das unidades hospitalares do estado. O Hospital Albano, que já era conhecido por episódios de sobrecarga, agora se vê em um impasse logístico e humano que exige resposta imediata do poder público.
Apesar da gravidade do comunicado, nenhuma medida emergencial foi anunciada pela Secretaria Estadual da Saúde até o fechamento desta matéria. A ausência de ações concretas agrava o clima de tensão entre funcionários, pacientes e familiares, que denunciam precarização nos corredores da unidade e esperas prolongadas por atendimento.
A crise em Franco da Rocha expõe uma ferida já antiga: a insuficiência estrutural da saúde pública nas periferias da Grande São Paulo. A população, já fragilizada, vê-se agora diante da incerteza de ser atendida num momento de urgência. Enquanto isso, os dados não param de crescer, e os leitos não aumentam.
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