Carro 1.0 volta com tudo: IPI zero e descontos das montadoras fazem vendas dispararem no país
Um novo fôlego para os carros populares. Essa foi a cena registrada no mercado automotivo brasileiro em julho de 2025, quando as vendas de veículos 1.0 saltaram 13%, alavancadas pela implementação do programa Carro Sustentável. A iniciativa, articulada pelo governo federal, zera o IPI de modelos com até 115,5 cavalos de potência, desde que sejam nacionais, com motor flex e baixa emissão de poluentes.
Pontos Principais:
- Venda de carros 1.0 cresceu 13% em julho com isenção de IPI.
- Fiat, Renault, Volkswagen e Hyundai aderiram ao programa Carro Sustentável.
- Veículos precisam ser nacionais, flex e com até 115,5 cv para receber o benefício.
- IPI Verde irá taxar carros mais poluentes para equilibrar a política fiscal.
- Nova regra considera critérios ambientais e eficiência energética na tributação.
A adesão imediata de marcas como Fiat, Renault, Volkswagen e Hyundai foi o empurrão que faltava. Além da isenção fiscal, as fabricantes aplicaram descontos adicionais, reativando o interesse do consumidor em carros de entrada. Essa faixa, que havia praticamente sumido das concessionárias nos últimos anos, começa agora a retomar seu lugar — e o preço, abaixo dos R$ 80 mil, volta a ser uma possibilidade real.
O programa não surgiu do nada. Ele é parte da política de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que propõe uma reestruturação tributária com foco em eficiência energética e impacto ambiental. Ou seja: o imposto não é mais calculado apenas pela potência, mas por critérios técnicos como reciclabilidade, resistência estrutural e segurança.
Nesse novo cenário, o governo também anunciou a criação do chamado IPI Verde, uma cobrança mais pesada sobre veículos considerados poluentes. A lógica é simples: enquanto os populares ganham isenção, SUVs de luxo e esportivos, nacionais ou importados, terão a taxação reajustada com base em uma nota ambiental.
A repercussão foi imediata. Dados da Fenabrave indicam que as vendas gerais de veículos subiram 13,4% entre junho e julho, com 229.397 unidades emplacadas. Dentro desse total, os modelos 1.0 — maioria dos carros de volume — puxaram o crescimento, sinalizando que a política pública tem efeito direto no comportamento de compra.
Em Brasília, durante uma visita a concessionárias, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o programa é um sucesso, destacando o papel das montadoras na queda de preços. A ação conjunta entre governo e indústria também demonstra que há espaço para reconstruir o segmento dos carros mais acessíveis, perdido ao longo da última década.
Esse não é o primeiro teste com isenção. Em 2023, o governo já havia concedido R$ 1,5 bilhão em incentivos às montadoras, o que gerou quedas de até R$ 10 mil em modelos como o Fiat Mobi e o Renault Kwid. Agora, com regras mais claras e metas ambientais incorporadas, o novo modelo promete maior estabilidade e previsibilidade.
Apesar dos resultados positivos, os detalhes sobre os modelos que terão os preços reduzidos ainda não foram divulgados oficialmente. Mesmo assim, o movimento das fabricantes e a resposta do público sugerem que há uma janela de oportunidade para quem busca trocar de carro gastando menos.
A iniciativa também serve como uma resposta a anos de inflação automotiva. Em um país onde o carro popular já ultrapassava os R$ 70 mil, a volta de incentivos com critério técnico reacende o debate sobre mobilidade, acesso e sustentabilidade. E pode sinalizar um novo ciclo para a indústria nacional.
Com critérios mais rígidos e metas ambientais definidas, o programa Carro Sustentável marca uma guinada na política automotiva brasileira. Não se trata apenas de vender mais, mas de vender melhor — com responsabilidade
Fonte: AutoEsporte e Carro.Blog.Br.
Leia mais em Automóveis
Últimas novidades







