Ato na Paulista reúne multidão em protesto contra Alexandre de Moraes
O ato contra Alexandre de Moraes na Avenida Paulista, organizado por líderes bolsonaristas e figuras da direita, marcou o feriado de 7 de setembro de 2024. A manifestação teve início por volta do meio-dia, atraindo milhares de pessoas que, vestidas de verde e amarelo, lotaram 11 quarteirões da principal avenida de São Paulo. Entre os líderes presentes, estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o pastor Silas Malafaia, responsável por convocar o ato.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal, foi o primeiro a discursar, pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e “anistia aos presos políticos”, uma referência aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. Durante o evento, os manifestantes entoaram gritos de “Fora, Xandão”, em referência ao ministro do STF, e exibiram faixas pedindo maior liberdade e criticando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A segurança foi um dos pontos de destaque do ato, com um forte esquema de policiamento para evitar possíveis tumultos. A Polícia Federal também foi acionada para monitorar possíveis “ataques à democracia ou ameaças contra autoridades”, segundo informou a CNN Brasil. O evento foi pacífico, mas os manifestantes exibiam cartazes pedindo o fim do bloqueio da rede social X, determinado pelo STF, e criticavam a atuação de Moraes em diversos processos que envolvem aliados do ex-presidente Bolsonaro.
Bolsonaro chegou ao ato no início da tarde, após passar pela manhã no hospital Albert Einstein, onde foi atendido por sintomas de gripe e rouquidão. Mesmo assim, o ex-presidente fez questão de participar do evento, subindo no trio elétrico ao lado de Malafaia e de outros políticos da direita, como o deputado federal Ricardo Salles e o senador Marcos Pontes. Bolsonaro, em seu discurso, criticou os eventos tradicionais do 7 de setembro organizados pelo governo Lula, afirmando que “um país sem liberdade não pode comemorar essa data”.
Além de líderes políticos, a manifestação também foi marcada pela presença de figuras religiosas e candidatos às eleições municipais de São Paulo. O prefeito da cidade, Ricardo Nunes, que conta com o apoio de Bolsonaro para a reeleição, esteve presente no ato, mas sua presença não foi amplamente divulgada entre os apoiadores. Candidatos à prefeitura e vereadores também usaram o evento como palanque, distribuindo panfletos e bandeiras com seus nomes e campanhas.
O público presente exibiu diversas faixas e bandeiras, algumas pedindo o impeachment de Moraes, outras solicitando a contagem pública dos votos e criticando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por não avançar com os pedidos de impeachment do ministro do STF. Além disso, manifestações religiosas foram observadas, com bandeiras de Israel e símbolos como o Leão de Judá sendo expostos em meio ao protesto.