Gatos se escondem em motores e viajam quilômetros sem serem vistos
Com a chegada dos dias frios, uma cena quase invisível se repete em ruas, garagens e estacionamentos: gatos se encolhendo embaixo de carros ou encontrando passagem para o interior do compartimento do motor. É um hábito silencioso, mas com potencial de se transformar em tragédia em questão de minutos.

Não é raro que os animais se instalem entre os pneus ou no espaço estreito sob o capô. Alguns chegam a dormir profundamente ali, alheios ao perigo que correm quando o veículo é ligado ou começa a se mover. Há também a possibilidade de o gato ser levado inadvertidamente a quilômetros de distância, afastando-o do seu território e de seu tutor.
Um caso marcante ocorreu quando um filhote viajou cerca de 280 km, da Chapada dos Veadeiros até Brasília, escondido no motor. Mesmo após uma inspeção antes da partida, o animal não foi notado. Somente a reação agitada da cadela da família, já na chegada, levou à descoberta. O resgate, feito com paciência e ração, terminou sem ferimentos para o pequeno passageiro clandestino.
Outro episódio envolveu um gato chamado Waldick Soriano, que desapareceu de casa e acabou embarcando sem querer no carro de um vizinho. O destino foi o sertão da Paraíba, a quase 200 km de distância. A viagem não programada mobilizou o dono e causou apreensão até o reencontro.
Prevenir situações assim exige hábitos simples. Motoristas são orientados a inspecionar visualmente as rodas e o entorno do veículo antes de sair, fechar portas e janelas ao estacionar e, sobretudo, bater levemente no capô antes de ligar o carro. O som e a vibração costumam ser suficientes para afugentar o animal.
Caso um gato seja encontrado, a calma é a primeira recomendação. Se o felino for conhecido, abrir a porta com cuidado e dar espaço para que ele saia por conta própria costuma resolver. Já com animais desconhecidos, a aproximação deve ser lenta e sem contato direto, observando sinais de estresse ou ferimentos.
ONGs, clínicas veterinárias e grupos de adoção têm papel importante na conscientização. São eles que, muitas vezes, informam sobre o risco e orientam motoristas e tutores. As campanhas, embora ainda restritas, têm mostrado impacto positivo na prevenção de acidentes.
Para os tutores, a responsabilidade inclui garantir ambientes seguros, oferecer abrigos adequados e limitar o acesso dos animais a áreas perigosas. Isso reduz a necessidade de buscarem refúgios improvisados e potencialmente letais.
Embora à primeira vista pareça um problema pontual, a realidade mostra que é uma questão recorrente. A mudança de hábitos dos condutores, aliada à informação correta, pode evitar não apenas danos mecânicos, mas também perdas irreparáveis para famílias e comunidades que convivem com esses animais.
Leia mais em Curiosidades
Últimas novidades








Jornal Fala Regional
Nosso objetivo é levar conteúdo de forma clara, sem amarras e de forma independente a todos. Atendemos pelo jornal impresso as cidades de Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, Mairiporã e Cajamar, toda sexta-feira nas bancas. Pela internet o acesso é gratuito e disponível a todos a qualquer momento, do mundo inteiro.