4 Maus Hábitos que Afetam a Memória da Terceira Idade: Reduza Seu Risco de Demência
Especialista em neurociência identifica hábitos comuns que prejudicam a memória e oferece dicas para manter a mente saudável adulta.
À medida que envelhecemos, a memória pode se deteriorar. O professor Charan Ranganath da Universidade da Califórnia explica como evitar quatro maus hábitos que afetam nossa capacidade de lembrar.
O neurocientista Charan Ranganath identifica quatro maus hábitos que prejudicam a memória ao envelhecer: não descansar o suficiente, ser multitarefa, cair na monotonia e ser confiante demais. Ele recomenda adotar uma rotina de sono adequada, evitar distrações, sair da rotina e desafiar a memória. Outras práticas, como alimentação saudável e exercícios físicos, também são essenciais para a saúde mental. Adotar essas medidas pode ajudar a preservar a memória na terceira idade e reduzir o risco de demência.
Oscar Wilde descreveu a memória como um diário que todos carregamos conosco. Contudo, com o passar dos anos, algumas páginas desse diário podem se extraviar, causando desconforto e dor. Segundo o professor Charan Ranganath, diretor do Laboratório de Memória Dinâmica da Universidade da Califórnia, o risco de perda de memória pode ser minimizado ao evitar certos maus hábitos.
1- Não descansar o suficiente:
À medida que envelhecemos, tendemos a dormir menos horas, e problemas de trabalho, financeiros e de saúde podem afetar a qualidade do sono. O sono é crucial, pois durante a noite, o cérebro elimina toxinas, incluindo a proteína amiloide, relacionada ao Alzheimer. O sono também restaura a função frontal do cérebro, essencial para a concentração e redução do estresse. Ranganath recomenda evitar o uso de celulares e computadores antes de dormir, além de evitar refeições pesadas, álcool e cafeína. Para quem tem dificuldade em dormir à noite, ele sugere tirar uma soneca durante o dia.
2- Ser multitarefa:
No mundo atual, ser multitarefa é visto como positivo, mas pode ser prejudicial para a memória. O córtex pré-frontal, que nos ajuda a focar em objetivos, é prejudicado quando pulamos de uma tarefa para outra. Essa competição entre conjuntos de neurônios dificulta a realização eficiente de várias tarefas simultâneas. Ranganath recomenda terminar uma tarefa antes de iniciar outra e evitar distrações como notificações de celular. Pausas para sonhar acordado ou esticar as pernas também são benéficas.
3- Cair na monotonia:
O cérebro humano é seletivo e tende a esquecer a maioria das experiências. Apenas experiências emocionais, que liberam substâncias químicas como adrenalina, serotonina, dopamina ou cortisol, são fixadas nos neurônios. A plasticidade cerebral, essencial para a memória, diminui com a idade. Quebrar a monotonia e sair da rotina ajuda a preservar essa plasticidade. Ranganath destaca que a superexposição às tecnologias de comunicação pode levar a hábitos prejudiciais à memória.
4- Ser confiante demais:
Muitas pessoas acreditam que sua memória é boa até perceberem que não é. O cérebro não foi projetado para lembrar de tudo, mas para retirar informações importantes do passado para compreender o presente e preparar para o futuro. Ranganath sugere não depender apenas da memorização, mas desafiar-se a evocar memórias, como tentar lembrar o nome de alguém minutos após ser apresentado. Isso ajuda a fortalecer a memória.
Outras Recomendações:
Além de combater esses quatro hábitos, Ranganath recomenda outras formas de proteger a memória e desfrutar de boa saúde mental. No curto prazo, ele sugere dormir melhor, gerenciar o estresse e praticar mindfulness. No longo prazo, uma alimentação saudável, como a dieta mediterrânea, e exercícios físicos, principalmente aeróbicos, são benéficos. Boa saúde bucal e auditiva também são importantes, assim como manter relações sociais e se expor a novas experiências.
Estudos mostram que boas práticas podem ajudar a manter a memória até a velhice e reduzir o risco de demência em um terço. Esses dados são especialmente relevantes, considerando que 40% das pessoas podem ter problemas de memória aos 65 anos.
*Com informações de BBC.