Operação Downtown: Polícia de São Paulo solicita bloqueio de R$ 150 milhões em contas do crime organizado
A Polícia Civil de São Paulo solicitou o bloqueio de 41 contas bancárias, que estão sob suspeita de envolvimento com o crime organizado. A soma dos valores bloqueados pode chegar a R$ 150 milhões, de acordo com as estimativas fornecidas pela equipe envolvida na operação. A ação faz parte da 5ª fase da Operação Downtown, que foi deflagrada no último dia 23 de agosto, sexta-feira. O foco desta fase foi cumprir 31 mandados de busca e apreensão em cidades dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.
O objetivo central da operação é rastrear e combater as empresas que são usadas para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Essas empresas têm o papel de ocultar a origem ilícita dos recursos, dando uma aparência legal às movimentações financeiras. A Operação Downtown tem concentrado esforços para identificar os líderes e beneficiários dessas atividades criminosas, especialmente na região central de São Paulo, onde o fluxo de entorpecentes é mais intenso.
De acordo com Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública, a operação é uma resposta direta às ações dos criminosos que atuam no centro da capital paulista. O bloqueio das contas bancárias tem como objetivo interromper o fluxo de recursos financeiros utilizados na lavagem de dinheiro e minar a capacidade das organizações criminosas de continuar suas atividades.
Até o momento, as autoridades já apreenderam uma quantia significativa em dinheiro, que inclui R$ 120 mil em espécie, além de montantes em três moedas estrangeiras: 1 mil dólares, 300 libras e 100 euros. Além disso, dois veículos de luxo foram confiscados, juntamente com 15 celulares e cinco máquinas de cartão de crédito, que estavam em posse dos envolvidos no esquema.
O foco principal desta etapa da operação não era a prisão de indivíduos, mas sim a obtenção de documentos e provas que permitam o avanço das investigações. O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, afirmou que o material apreendido nesta fase será fundamental para o desdobramento da operação, que já se estende há várias semanas e deve ter novas etapas nos próximos meses.
O delegado Fernando Santiago, da 4ª Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) do Denarc, destacou que as empresas envolvidas tinham a função de legitimar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Segundo ele, a 5ª fase da Operação Downtown atingiu o objetivo esperado, que era o bloqueio dos valores ilícitos. A expectativa é que, com essas medidas, a continuidade das atividades criminosas seja desestimulada.
A operação já identificou outras empresas, como hospedagens, que foram usadas em fases anteriores para a lavagem de dinheiro. O bloqueio dos bens e contas continua sendo uma das principais estratégias para enfraquecer o poder financeiro das organizações criminosas.
Fonte: Governo-SP.