Justiça condena Lula a indenizar Bolsonaro e Michelle
Em janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou publicamente que o casal Bolsonaro havia retirado diversos móveis do Palácio da Alvorada ao deixar o cargo. Segundo Lula, itens que deveriam permanecer no local desapareceram após a saída de Jair e Michelle Bolsonaro, levantando suspeitas de desvio de patrimônio público. As declarações geraram repercussão na mídia e entre autoridades.
No entanto, meses depois, em setembro de 2023, os 261 itens mencionados foram encontrados guardados em depósitos da própria União. Segundo investigações realizadas pela Presidência da República, os móveis haviam sido apenas armazenados durante o período em que o casal residia no palácio, e não haviam sido retirados como alegado inicialmente. A defesa de Michelle Bolsonaro afirmou que, desde 2019, o casal optou por utilizar móveis particulares, deixando o acervo federal sob a guarda do Palácio.
Diante das evidências, a 17ª Vara Federal do Distrito Federal julgou que as declarações de Lula foram infundadas e causaram dano à imagem e à honra de Jair Bolsonaro e Michelle. O juiz federal Diego Câmara destacou que as falas públicas do presidente foram além do direito de crítica, ao sugerir que o casal estivesse envolvido no desaparecimento dos móveis, o que posteriormente se provou não ter ocorrido.
Em sua decisão, o juiz condenou o governo federal a pagar uma indenização de R$ 15 mil ao casal Bolsonaro por danos morais. A Advocacia Geral da União, responsável pela defesa do governo, informou que pretende recorrer da decisão, mantendo a posição de que não houve intenção de ofensa, mas sim de relatar a situação encontrada no início do novo mandato.
A acusação sobre o suposto desaparecimento dos móveis gerou uma série de reações políticas, com Bolsonaro e Michelle defendendo-se nas redes sociais. Eles alegaram que todas as mobílias pertencentes ao acervo público permaneceram sob a guarda da União e que os móveis particulares foram os únicos levados na saída do Palácio da Alvorada.
O caso também destacou os gastos do governo Lula com novos itens de luxo para substituir os móveis supostamente desaparecidos. Segundo informações divulgadas, o governo gastou cerca de R$ 196,7 mil em novas aquisições, antes que a localização dos itens fosse confirmada.
Com a conclusão da Comissão de Inventário da Presidência da República, foi oficialmente constatado que todos os 261 itens estavam armazenados em diferentes áreas do Palácio da Alvorada. Lula, que criticou publicamente o estado de conservação da residência oficial no início de seu mandato, chegou a mencionar que o local estava em más condições e que a ausência dos móveis contribuiu para essa percepção.
Apesar da decisão judicial, o caso ainda deve ter desdobramentos com o recurso da Advocacia Geral da União. A polêmica sobre a conservação do Palácio da Alvorada e a troca de farpas entre os dois presidentes marcou o início do novo governo.