IML busca parentes de idoso atropelado em Jundiaí para evitar enterro como indigente
O Instituto Médico Legal (IML) de Jundiaí está à procura de familiares de José Gregório de Souza Neto, um homem de 77 anos que morreu na última quarta-feira, dia 23 de julho, após ser atropelado por um veículo em uma rua da cidade. O acidente aconteceu ao meio-dia e, embora tenha sido socorrido com vida por agentes do Corpo de Bombeiros, ele faleceu horas depois no Hospital São Vicente de Paulo.
Pontos Principais:
- José Gregório, 77 anos, morreu após ser atropelado em Jundiaí.
- Ele não informou endereço e não portava documentos no socorro.
- O IML tenta localizar familiares para evitar sepultamento como indigente.
- Idoso teria sido atendido por serviços da Prefeitura de Francisco Morato.
- Na semana anterior, outro homem sem identificação foi enterrado como indigente.
José Gregório não apresentou documentos e tampouco informou seu endereço durante o atendimento. De acordo com registros preliminares, sabe-se apenas que ele teria utilizado recentemente os serviços públicos da Prefeitura de Francisco Morato, o que sugere que poderia residir ou ter passado por atendimento social na região. Segundo o IML, o idoso era filho de Maria Francisca de Souza e de Hermenegildo de Souza.
A ausência de informações sobre o local de moradia e a falta de familiares identificados colocam o corpo de José Gregório em risco de ser enterrado como indigente. O sepultamento sem nome, embora legal, representa o último capítulo de uma vida vivida à margem, invisível. Para tentar evitar esse desfecho, o IML faz um apelo público a qualquer pessoa que possa reconhecer ou localizar parentes do idoso.
O órgão funciona anexo ao Cemitério do Montenegro, na avenida Nelson Vilaça, no Jardim do Lago, em Jundiaí. Informações que possam ajudar na localização de familiares são consideradas urgentes. O atendimento é direto e pode ser feito por comparecimento no local. O objetivo é evitar que a história de José Gregório tenha um desfecho solitário e silencioso.
A situação não é isolada. Na semana anterior, outro homem, também levado ao Hospital São Vicente após ser encontrado desacordado em uma rua de Várzea Paulista, morreu sem que seus familiares fossem localizados. Diante da falta de identificação, ele foi enterrado como indigente. Casos assim revelam um drama crescente: o desaparecimento social de idosos em situação de vulnerabilidade.
Muitos desses indivíduos passam pelas redes públicas de saúde e assistência sem deixar rastros suficientes para serem identificados posteriormente. Às vezes, são pessoas que se afastaram da família por razões diversas — conflitos, doenças mentais, abandono mútuo. Outras vezes, são vítimas da pobreza extrema, da ausência de políticas sociais eficazes e de um sistema que falha em acolher com dignidade.
O caso de José Gregório ecoa entre os corredores do hospital e das repartições públicas como um lembrete de que a morte não apaga a dignidade, mas a ausência de reconhecimento pode roubar até o nome do falecido. Profissionais do IML e de órgãos ligados à saúde pública têm reforçado a importância do registro civil, da atualização cadastral em postos de saúde e da atenção comunitária como formas de prevenção a esse tipo de tragédia silenciosa.
O atropelamento foi registrado em boletim de ocorrência, mas até o momento não há informações adicionais sobre o motorista envolvido ou as circunstâncias exatas do acidente. A Polícia Civil segue com a investigação. O foco, no entanto, tem sido localizar alguém que conheça José Gregório ou sua história — alguém que possa dar a ele um último gesto de humanidade.
Enquanto isso, o corpo permanece sob os cuidados do IML, aguardando um desfecho diferente daquele que marcou a vida de tantos outros em situação parecida. A cada dia que passa, o risco de mais um sepultamento anônimo aumenta, e com ele, mais uma memória se apaga sem despedida, sem flores, sem nome na lápide.
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