Governo de São Paulo reforça plano emergencial contra queimadas e alerta sobre cuidados com a saúde
Com o aumento das queimadas e o tempo seco em várias regiões de São Paulo, o Governo do Estado tem reforçado medidas para proteger a população dos impactos na saúde causados pela baixa qualidade do ar. A combinação de calor intenso e ausência de chuvas tem favorecido a dispersão de poluentes, aumentando os riscos para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Entre as ações adotadas, está a suspensão temporária de autorizações de queimadas, com exceção das queimadas controladas para prevenção de incêndios.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) alertou que a qualidade do ar tem se deteriorado, com 41 das 57 estações de monitoramento indicando níveis “ruins” ou “muito ruins”. O cenário exige atenção especial da população, que pode sofrer com sintomas como tosse seca, irritação nos olhos, nariz e garganta, além de problemas mais graves como falta de ar e respiração ofegante. O professor Thiago Nogueira, da Faculdade de Saúde Pública da USP, destacou que a combinação de poluição e tempo seco pode agravar problemas respiratórios e cardíacos.
O governo também montou um gabinete de crise no Centro de Gerenciamento de Emergências na Defesa Civil (CGE), com foco no monitoramento e coordenação das ações de combate aos incêndios. A região de Ribeirão Preto, uma das mais afetadas pelas queimadas, foi priorizada com um plano emergencial que inclui a ampliação dos serviços de telemedicina. Médicos estão disponíveis 24 horas por dia para orientar e encaminhar casos mais graves para hospitais de referência.
Inalar fumaça e fuligem das queimadas traz sérios riscos à saúde, como o agravamento de crises de asma e doenças respiratórias crônicas, além de irritação das mucosas e dos olhos, que pode causar conjuntivite bacteriana. Os poluentes, ao atingirem o sistema respiratório, causam inflamação e reduzem a capacidade dos pulmões de transportar oxigênio para o sangue. Isso pode aumentar o risco de problemas como bronquite e enfisema pulmonar, bem como doenças cardiovasculares.
Grupos sensíveis, como crianças e idosos, são os mais afetados. As crianças, com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, inalam mais ar poluído, o que agrava os problemas de saúde. Já os idosos, muitas vezes com doenças pré-existentes, sofrem mais com o impacto da poluição em um sistema imunológico mais fragilizado.
O Governo de São Paulo orienta a população a evitar exercícios ao ar livre em horários de maior concentração de poluentes e a manter a hidratação constante. O uso de máscaras do tipo PFF2 ou N95 é recomendado em áreas próximas a incêndios. Em casa, é importante manter o ambiente ventilado e usar purificadores de ar. Para aqueles com doenças respiratórias ou cardíacas, a atenção deve ser redobrada, com a manutenção de medicamentos de uso contínuo e a busca por atendimento médico ao menor sinal de agravamento dos sintomas.
Essas medidas visam minimizar os efeitos da poluição e proteger a saúde da população enquanto o estado enfrenta um dos períodos mais críticos em relação às queimadas e ao tempo seco.
Fonte: AgênciaSP.