França restringe venda de antigripais, incluindo paracetamol, e emite alerta
A partir de 11 de dezembro, oito medicamentos amplamente utilizados no tratamento de gripes e resfriados foram incluídos na lista de remédios que só podem ser adquiridos com receita médica na França. A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM) devido aos riscos associados à substância ativa pseudoefedrina, um descongestionante comum.
A pseudoefedrina, embora eficaz para aliviar sintomas como obstrução nasal, pode causar efeitos adversos graves, mesmo que raros, como problemas cardiovasculares. Esses fatores foram considerados pela ANSM ao decidir pela restrição. A medida ocorre durante o inverno europeu, quando o consumo de antigripais aumenta.
A ANSM destacou que a venda desses medicamentos sem aconselhamento médico representava um risco elevado. Mesmo que os casos de efeitos colaterais graves sejam incomuns, a agência reforçou que a precaução é essencial. Médicos foram orientados a avaliar o equilíbrio entre benefícios e riscos antes de prescrever tais medicamentos.
Entre os remédios afetados estão produtos populares na França, como Actifed Rhume, Dolirhume Paracétamol, Humex Rhume, e Nurofen Rhume. A decisão gerou debate, com o lobby farmacêutico NérèS criticando a medida. A entidade argumenta que a pseudoefedrina é segura quando usada corretamente e teme sobrecarga no sistema de saúde.
A proibição não foi implementada antes devido a regulamentações europeias, que exigem aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para retirada de comercialização. Ainda assim, a ANSM considerou a medida necessária, recomendando cautela no uso.
O mercado farmacêutico reagiu, afirmando que a restrição contradiz análises recentes da EMA e pode dificultar o acesso rápido a tratamentos simples. No entanto, as autoridades de saúde francesas sustentam que os riscos justificam a decisão, priorizando a segurança dos pacientes.
A discussão continua, com opiniões divididas entre profissionais de saúde, farmacêuticos e consumidores. Enquanto isso, a venda desses medicamentos na França passa a exigir receita médica, alterando a forma como milhões de pessoas acessam tratamentos comuns para gripes e resfriados.