Estudantes de SP Criam Foguetes Sustentáveis e Conquistam Prêmios
O projeto “Aero Vilma” foi criado em 2021 por estudantes da Escola Estadual Vilma Catharina Mosca Leone, em Praia Grande. O foco é a construção de foguetes utilizando materiais recicláveis, como garrafas PET. Esta iniciativa tem promovido a conscientização ambiental entre os alunos e a comunidade escolar.
Além de utilizar materiais recicláveis, o projeto é coordenado pelos professores de física e química da escola. A metodologia STEAM, que integra ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática, é aplicada para proporcionar um aprendizado prático e colaborativo.
Desde o início do projeto, mais de 200 estudantes já participaram, com 40 alunos atualmente envolvidos. A iniciativa tem sido uma ferramenta eficaz para promover a inovação e o aprendizado interdisciplinar.
Impacto Educacional e Inclusão
O projeto “Aero Vilma” tem impactado positivamente a vida dos estudantes, especialmente daqueles de comunidades vulneráveis. Segundo o diretor da escola, professor Daniel Nhani, muitos alunos melhoraram seu desempenho escolar e encontraram novas motivações para o futuro ao participar da iniciativa.
A inclusão de meninas no projeto tem sido um aspecto importante. O projeto aborda a igualdade de gênero na ciência, incentivando a participação feminina e mudando a relação das estudantes com o ambiente escolar e as práticas de ensino-aprendizagem.
A equipe feminina do projeto, chamada “Aero Vilma Girls”, alcançou o recorde de 453 metros em 2024, vencendo a Copa Americanense de Foguetes (Amerifog). Este resultado é um exemplo de como o projeto tem incentivado a excelência acadêmica e a participação das meninas na ciência.
Conquistas e Reconhecimento
Os estudantes do “Aero Vilma” vêm acumulando prêmios significativos em competições de foguetes. Em abril de 2024, a equipe conquistou o segundo lugar na Copa Sudeste com um lançamento de 445 metros e o terceiro lugar com 437 metros. Em 2022 e 2023, foram campeões em suas categorias na Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG).
Alguns dos alunos premiados incluem Matheus Costa Cerda e Miguel Souza de Oliveira (2º lugar), Jhonnatha Cristovam de Miranda, Marlon Brito da Silva e Bianca Croce Sá (3º lugar), e Samantha Ingrid da Silva Bruno e Karla Bastos Faustino (4º lugar).
Os estudantes do projeto estão classificados para a próxima edição da MOBFOG, que ocorrerá em agosto de 2024 no Rio de Janeiro. Além disso, o projeto foi aprovado para participar da Latin American Space Challenge (LASC), o segundo maior evento do gênero no mundo.
Histórias dos Participantes
Marlon Brito da Silva, de 18 anos, integra o projeto desde o início. Ele expressa como seu interesse pela área de engenharia aeroespacial evoluiu ao longo dos anos. Marlon ganhou uma bolsa de estudos para iniciação científica da MOBFOG, reforçando seu compromisso com a área.
Jhonnatha Cristovam de Miranda, dupla de Marlon nas competições, também teve um impacto significativo em sua trajetória. Jhonnatha foi convidado a cursar o ensino superior na área antes mesmo de se formar, e ganhou uma bolsa de estudos na Facens, a Faculdade de Engenharia de Sorocaba.
Samantha Ingrid da Silva Bruno, também de 18 anos, faz parte do projeto desde 2022. Inicialmente, ela não levava a sério, mas com o tempo passou a ver o valor da ciência no projeto. Samantha parou de faltar às aulas e focou no desenvolvimento dos foguetes, compreendendo a importância das mulheres na ciência.
Futuro do Projeto
Atualmente, o projeto “Aero Vilma” está no nível 4 de lançamento e avança para o nível 5, onde os foguetes podem atingir mais de 1 km de altura. Nesta categoria, os foguetes são construídos com materiais como fibra de vidro ou carbono, equipados com instrumentos avançados para medir a altura e programados com algoritmos em placas Arduino, além de paraquedas para segurança na queda.
O projeto foi aprovado para participar da LASC, com três das cinco vagas destinadas à escola Vilma Catharina. As equipes Starship, Girls e Gênesis representarão o Brasil na competição internacional.
O diretor da escola destaca que os estudantes estão prontos para compartilhar o conhecimento adquirido com outras unidades de ensino, principalmente escolas públicas. Ele convida outras escolas interessadas a replicar o aprendizado proporcionado pelo projeto “Aero Vilma”.
Fonte: Governo-SP.