MEC confirma mais de 1,1 milhão de inscritos na Prova Nacional Docente de estreia
O anúncio surpreendeu até mesmo o Ministério da Educação. Em sua estreia, a Prova Nacional Docente (PND) registrou mais de 1,1 milhão de inscrições, segundo o ministro Camilo Santana. A avaliação, aplicada pelo Inep, está marcada para 26 de outubro e é vista como um marco na seleção de professores para a rede pública.
Pontos Principais:
- Primeira edição da Prova Nacional Docente tem mais de 1,1 milhão de inscritos.
- Exame será aplicado em 26 de outubro pelo Inep e segue matriz do Enade das licenciaturas.
- Notas poderão ser usadas em concursos e seleções a partir de 2026.
- MEC propõe criação da Carteira Nacional de Docente para identificação profissional.
- Programa Pé-de-Meia Licenciaturas oferece bolsas para formação presencial.
Apelidada de “Enem dos Professores” ou “CNU dos Professores”, a PND é voltada aos estudantes concluintes de cursos de licenciatura que participam do Enade 2025. Sua matriz de avaliação segue os parâmetros teóricos já adotados no exame nacional de desempenho, mas com foco específico na docência e no ensino básico.
A aplicação da prova tem potencial para mudar o processo de ingresso de docentes na educação pública. De acordo com o edital, as secretarias de Educação poderão adotar a nota obtida como etapa única ou complementar em concursos e processos seletivos a partir de 2026. Já na primeira edição, 22 redes estaduais e 1.508 municípios de todas as regiões do país — incluindo 18 capitais — aderiram à iniciativa.
Durante entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, transmitido pela EBC, Camilo Santana ressaltou que a PND representa uma ferramenta para garantir qualidade na contratação de professores, estabelecendo parâmetros uniformes para todo o Brasil. Segundo ele, a medida busca assegurar que profissionais qualificados cheguem às salas de aula do ensino fundamental.
A valorização da categoria não se limita ao exame. O ministro destacou também a expectativa de aprovação, pela Câmara dos Deputados, da Carteira Nacional de Docente, prevista no PL 41/2025. O documento de identificação profissional, válido em todo o território nacional, conterá informações básicas, local de atuação, fotografia e QR Code para validação.
Santana explicou que, atualmente, professores muitas vezes precisam apresentar holerites para comprovar a profissão em situações corriqueiras, como a compra de ingressos com desconto. A criação da carteira visa facilitar essa comprovação e reconhecer simbolicamente a importância social do docente, tal como ocorre com médicos, advogados, engenheiros e jornalistas.
Outro ponto apresentado foi o incentivo à formação presencial. Dados citados pelo ministro mostram que, em 2023, 86% dos cursos de licenciatura no país eram oferecidos na modalidade a distância. Para reverter esse cenário, o governo federal oferece bolsas integrais pelo programa Pé-de-Meia Licenciaturas a alunos com bom desempenho no Enem e que optarem por cursos presenciais.
O valor do auxílio é de R$ 1.050 mensais, pagos desde o primeiro até o último dia da graduação. A meta, segundo Santana, é atrair estudantes com vocação e alto rendimento acadêmico para a carreira docente, incentivando a permanência e a qualificação desses futuros profissionais.
A PND, a Carteira Nacional de Docente e o programa Pé-de-Meia Licenciaturas compõem eixos estratégicos do Programa Mais Professores para o Brasil, lançado em janeiro deste ano. A iniciativa procura criar uma cultura de valorização da profissão e garantir que os melhores talentos sejam direcionados para a educação básica.
Para o ministro, essa mudança é essencial diante da queda no interesse pela carreira docente. Ele lembrou que todos os profissionais, independentemente da área, passaram por professores em sua formação e que reconhecer esse papel é fundamental para o futuro do país.
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