BYD assume obra da Linha 17-Ouro e promete monotrilho até Congonhas em 2026
A promessa de ligar o Aeroporto de Congonhas ao restante da malha metroviária de São Paulo começou em 2010 e, ao longo de mais de uma década, se tornou sinônimo de atraso. Agora, com a entrada da chinesa BYD no comando da Linha 17-Ouro do monotrilho, o cenário muda de tom. A gigante do setor de mobilidade elétrica assume a responsabilidade pela fabricação dos trens e implementação do sistema SkyRail, com condução autônoma e operação totalmente automatizada.
Pontos Principais:
- BYD assume projeto da Linha 17-Ouro do monotrilho em São Paulo.
- Operação comercial prevista para março de 2026, após anos de atrasos.
- Trens automatizados estão sendo fabricados na China e chegam em 2025.
- Obra terá 6,7 km, oito estações e integração com linhas 5 e 9.
- Investimento estimado em R$ 5,8 bilhões e tecnologia SkyRail autônoma.
O novo cronograma prevê que a operação comercial comece em março de 2026, depois de um histórico de paralisações e entraves jurídicos. Os trens, produzidos na cidade de Shenzhen, na China, devem chegar ao Brasil ainda em 2025. A integração com as linhas 5-Lilás e 9-Esmeralda, além do acesso direto a Congonhas, cria uma expectativa de transformação no deslocamento diário de milhares de passageiros.
Com 6,7 quilômetros de extensão e oito estações, o projeto está orçado em R$ 5,8 bilhões. A operação será conduzida pela ViaMobilidade, que já administra outras linhas metropolitanas, como a 8-Diamante e a 9-Esmeralda. A aposta é que a experiência internacional da BYD reduza riscos de novos atrasos e garanta estabilidade ao empreendimento.
A retomada não se limita ao aspecto técnico. Para usuários que enfrentaram anos de promessas não cumpridas, o avanço da obra traz um simbolismo político e social. A entrega prevista para antes das eleições municipais de 2026 pode influenciar o debate sobre infraestrutura e transporte público na capital paulista.
O SkyRail, tecnologia desenvolvida pela BYD, é um sistema de monotrilho projetado para ambientes urbanos densos, operando sem condutor e com alto grau de automação. Esse modelo já está em funcionamento em diversas cidades do mundo, o que reforça a confiança de que São Paulo receberá um sistema moderno e funcional.
O presidente do Metrô de São Paulo, Julio Castiglioni, afirma que todos os trens estarão operando até setembro de 2026. A meta é que, ao longo dos primeiros meses, o sistema atinja plena capacidade, beneficiando passageiros e reduzindo a dependência de transportes por carro e ônibus no acesso ao aeroporto.
Durante os anos de impasse, a obra tornou-se exemplo de como falhas contratuais, disputas judiciais e mudanças de fornecedores podem comprometer a execução de projetos estratégicos. A chegada da BYD representa uma nova etapa, apoiada em contratos claros e um ritmo de produção já iniciado fora do país.
A Linha 17-Ouro será fundamental para reconfigurar a mobilidade na zona sul de São Paulo. Além de atender usuários que se deslocam para o centro e para outras regiões, ela vai funcionar como elo estratégico entre diferentes modais, reforçando a importância da interligação no transporte urbano.
Para o setor de transporte, a entrada de uma empresa com atuação consolidada em diversas capitais globais é vista como um marco. A BYD já atua em soluções de mobilidade elétrica em dezenas de cidades e traz para São Paulo um modelo consagrado no exterior.
Ao longo do tempo, a história da Linha 17-Ouro se tornou uma narrativa sobre desafios da infraestrutura no Brasil. Se cumprido o prazo, o monotrilho poderá deixar de ser lembrado como obra inacabada e passar a integrar o rol de soluções tecnológicas que modernizam o transporte público da maior cidade do país.
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