Butantan explica diferenças entre sapo, rã e perereca
Sapos, rãs e pererecas desempenham papéis cruciais nos ecossistemas, principalmente como indicadores de ambientes saudáveis. Eles são altamente sensíveis a alterações ambientais, incluindo poluição e mudanças climáticas, tornando-os bioindicadores valiosos.
Além disso, esses anfíbios ajudam no controle de populações de insetos, atuando como predadores naturais. Eles consomem grandes quantidades de insetos, contribuindo para o equilíbrio ecológico e ajudando a prevenir surtos de pragas. A presença desses anuros em um ambiente é um sinal positivo de biodiversidade e saúde ambiental.
Para proteger essas espécies, é fundamental conservar seus habitats e reduzir a poluição ambiental. Esforços de conservação incluem a proteção de áreas úmidas, a restauração de ecossistemas degradados e a implementação de políticas ambientais rigorosas. A conscientização pública sobre a importância dos anuros também é essencial para garantir sua sobrevivência a longo prazo.
Sapos
Os sapos são membros da família Bufonidae, contendo cerca de 600 espécies distribuídas em 52 gêneros. Esses anfíbios são conhecidos por sua pele seca e rugosa, além de possuírem glândulas parotoides que armazenam veneno. As glândulas parotoides estão localizadas atrás da cabeça dos sapos e são ativadas pela pressão de uma mordida de predadores.
Os sapos preferem habitats terrestres e geralmente são encontrados em áreas secas, embora necessitem de fontes de água para manter a hidratação. Durante o período de reprodução, os sapos machos encontram-se com as fêmeas na beira de lagoas, onde as fêmeas depositam ovos em forma de fita. Esses ovos eclodem em girinos que eventualmente se transformam em sapos adultos.
Os sapos, fora do período de reprodução, tendem a ser solitários e possuem uma dieta variada, composta principalmente de insetos. Eles utilizam seus ambientes terrestres para camuflagem e proteção contra predadores, retornando à água apenas para se reproduzirem.
Rãs
As rãs pertencem principalmente à família Ranidae, com exceção das espécies encontradas no Brasil, que pertencem à família Leptodactylidae. Diferentemente dos sapos, as rãs possuem pele úmida e brilhante, permitindo-lhes passar mais tempo na água. Suas longas e fortes patas traseiras fazem delas exímias saltadoras, embora essa habilidade consuma muita energia.
As rãs são consideradas animais semiaquáticos, preferindo habitats próximos a corpos d’água. Elas utilizam a água como refúgio contra ameaças em terra, saltando para dentro dela quando se sentem ameaçadas. As rãs também se reproduzem na água, mas seus ovos são depositados de maneira diferente dos sapos.
Um mito comum é a crença de que as rãs são “mulheres dos sapos”. Na verdade, há rãs machos e fêmeas, assim como sapos machos e fêmeas. Durante a reprodução, os machos emitem cantos específicos para atrair as fêmeas, e cada espécie tem um canto distinto que facilita a comunicação entre os indivíduos.
Pererecas
As pererecas, menores e mais leves que sapos e rãs, pertencem principalmente à família Hylidae. Elas são reconhecidas por sua habilidade de escalar paredes e árvores, graças aos discos adesivos na ponta dos dedos. Esses discos funcionam como ventosas, permitindo que as pererecas se fixem em superfícies verticais.
As pererecas habitam áreas arborizadas e úmidas, muitas vezes perto de riachos e córregos onde depositam seus ovos. Os girinos se desenvolvem na água até atingirem a fase adulta, quando então se movem para habitats terrestres. No Brasil, existem mais de 350 espécies de pererecas, com a espécie Boana raniceps sendo uma das mais comuns.
A presença de pererecas é um indicativo de um ecossistema saudável, pois esses anfíbios são sensíveis à poluição e mudanças ambientais. Como sapos e rãs, as pererecas utilizam cantos específicos para atrair parceiros durante a época de reprodução, e a comunicação é essencial para o sucesso reprodutivo dessas espécies.
Fonte: Governo-SP.