Moda penitenciária: Que roupa se deve usar para visitar presidiários? jovem fatura com looks para cunhadas
Camila Bezerra, de 32 anos, moradora do Canindé, São Paulo, começou sua trajetória empreendedora vendendo roupas nas filas de visitação aos presídios. A prisão de seu marido a levou a perceber a necessidade de roupas adequadas para as esposas dos detentos, conhecidas como cunhadas. Com a nova resolução da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, que padronizou as vestimentas dos visitantes, Camila encontrou uma oportunidade de negócio.
Trabalhando inicialmente nas feiras do Brás, Camila tinha experiência como vendedora. A prisão do marido interrompeu sua rotina, mas ela rapidamente adaptou suas habilidades para atender às necessidades das visitantes dos presídios. Ela começou a vender roupas adaptadas às exigências da SAP durante suas próprias visitas ao marido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba.
O sucesso foi imediato. As roupas coloridas e adaptadas às normas dos presídios se tornaram populares entre as visitantes. Camila expandiu suas vendas, aproveitando grupos de apoio às famílias de presidiários no Facebook. O crescimento nas redes sociais, especialmente no TikTok, foi exponencial, com vídeos que atingiram quase 2 milhões de visualizações. Isso levou Camila a abrir uma loja física em frente ao terminal Barra Funda, um ponto estratégico para os visitantes de presídios.
Além das roupas para as cunhadas, Camila percebeu outra oportunidade: vender kits de uniformes para os detentos, já que o estado fornecia apenas roupas velhas. Também expandiu sua oferta para incluir lingeries e produtos de sex shop, atendendo a uma demanda específica das visitas íntimas.
O diferencial de Camila nas redes sociais foi a abordagem positiva, focando na importância das visitas e no bem-estar das esposas dos detentos. Essa estratégia a diferenciou de outros vendedores e aumentou significativamente seu público. Hoje, ela fatura cerca de R$ 30 mil por mês e já conta com uma funcionária para ajudar nas operações diárias.
Camila Bezerra transformou uma situação desafiadora em uma oportunidade de negócio, mostrando resiliência e criatividade. Sua história é um exemplo de como identificar e atender a necessidades específicas pode levar ao sucesso empreendedor.
Regras de vestimentas – válidas inclusive para crianças, em todas as unidades prisionais
- Uso de camisetas com manga, podendo ser curta ou longa, exceto nas cores azul marinho, branca, cáqui/marrom e preta;
- Uso de calça de moletom ou legging, sem botões metálicos, sem zíper e sem estampas, exceto nas cores azul marinho, branca, cáqui/marrom e preta;
- Às visitantes mulheres é possibilitado, ainda, o uso de saias com comprimento abaixo dos joelhos, do tipo “midi”;
- Uso de chinelos de dedo, de solado fino e tiras de borracha simples;
- Em dias de baixas temperaturas, o/a visitante poderá ingressar no estabelecimento penal trajando meias e blusa de moletom, desde que esta última não possua capuz, forros, bolsos, botões metálicos, zíper, exceto nas cores azul marinho, branca, cáqui/marrom e preta;
- Fica assegurado ao visitante LGBTQIA+ o uso de peças de vestuário, seguindo as regras, conforme sua identidade de gênero;
PROIBIDO
- Uso de roupas, inclusive peças íntimas, que contenham detalhes em metal, alças removíveis, aros de metal ou plástico/silicone, cadarços ou qualquer material que possa acionar os pórticos de detecção de metal ou representar algum risco à segurança do estabelecimento penal;
- Uso de roupas sobrepostas, exceto em dias de baixa temperatura;
- Uso de luvas, meias-calças, capuz, boné, chapéu, touca e quaisquer outros tipos de cobertura;
- Troca ou empréstimo de roupas e/ou pertences com pessoas privadas de liberdade;
- Prendedores de cabelo em metal ou com partes metálicas;
- Tiaras e arcos, tranças ou qualquer outra forma de prendê-los;
- Apliques capilares ou quaisquer outros meios que impossibilitem ou dificultem a inspeção mecânica e visual de segurança;
- Joias, bijuterias, brincos, óculos escuros, relógios, smartwatch, cintos e piercings;
- Chaves e chaveiros;
- Dispositivos eletrônicos de qualquer tipo, exceto quando o/a visitante utilizar por motivo de saúde mediante apresentação de atestado, laudo médico, exames laboratoriais ou outros meios. Nesse caso, a visita será realizada em parlatório ou outro espaço próprio;
- Portar dinheiro, cheque, cartões bancários;
- Uso de roupas transparentes, curtas ou decotadas.
As regras acima devem ser seguidas em todas as unidades prisionais da SAP, sendo qualquer mudança autorizada somente em casos excepcionais e diretamente pelo Secretário da Administração Penitenciária. Caso encontre qualquer divergência, o/a visitante deve comunicar pelo e-mail faleconosco@sap.sp.gov.br