Tragédia Ferroviária em Caieiras: Um Relato de Sobrevivência e Perda
Na manhã de 25 de março de 1968, a rotina tranquila de Caieiras foi abalada por um dos mais graves acidentes ferroviários da região.
O trem que partiu de Francisco Morato, com destino à estação da Luz, sofreu uma colisão devastadora entre Perus e Caieiras, perto da Ponte Seca.
Segundo Oswaldo João Della Betta, um dos passageiros que testemunhou o horror, o trem, frequentemente atrasado, parou devido a uma pane elétrica. Uma locomotiva foi enviada para rebocar o trem com defeito, mas a falta de comunicação entre a Central de Operações e o maquinista levou a um trágico erro. O trem de passageiros, retomando a viagem após a correção do defeito, colidiu com a locomotiva que vinha em auxílio.
O impacto da colisão foi brutal, lançando passageiros ao chão e causando ferimentos graves. Oswaldo recorda o caos imediato após o acidente, onde ele e seu primo Avenir, em meio ao cenário de destruição, impediram um roubo insensível ao lado de um cadáver.
A tragédia resultou em cerca de 80 mortes e inúmeros feridos
A comunidade local, chocada e enlutada, realizou vários velórios em Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato. O local do acidente, desde então, ganhou uma reputação sombria, tida como “mal-assombrada” por muitos.
Oswaldo, na época com 20 anos, descreve como o evento afetou profundamente sua vida, atrasando seu retorno para casa e deixando sua mãe extremamente preocupada. Ele destaca que, mesmo diante de sonhos de crescimento profissional e pessoal, a tragédia permaneceu como uma lembrança pungente dos riscos e fragilidades da vida.
Apesar da gravidade do acidente, detalhes específicos e registros oficiais sobre este evento parecem ser escassos. Esta falta de documentação detalhada sobre o acidente em fontes históricas online sugere que talvez tenha sido um incidente menos notório ou insuficientemente registrado na época.
Fonte: A Semana