Revolução Constitucionalista de 1932: A Luta Paulista por uma Nova Constituição
Entenda o movimento armado que sacudiu o Brasil e a busca paulista por uma nova Constituição durante a Revolução de 1932. Por Bia Ludymila (MTB 0081969/SP).
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A Revolução e 1932, também conhecida como Revolução de 32 ou Guerra Paulista, foi um movimento armado que ocorreu entre julho e outubro de 1932. O principal objetivo era derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e instituir um regime constitucional, após a suspensão da Constituição de 1891 pela Revolução de 1930. Este conflito marcou profundamente a história de São Paulo e do Brasil, envolvendo a mobilização de tropas e civis em uma tentativa de restabelecer a ordem constitucional.
A Revolução Constitucionalista de 1932 surgiu em um contexto de grande tensão política e econômica no Brasil. Com o fim da hegemonia paulista na política nacional e a nomeação de interventores por Vargas, a elite de São Paulo se viu despojada de seu poder e lutando contra a crise econômica resultante da Grande Depressão. A nomeação do coronel João Alberto de Barros como interventor do estado acirrou ainda mais os ânimos, sendo visto como um “forasteiro e plebeu” pelas oligarquias locais.
Em 1932, a insatisfação com o governo Vargas culminou na nomeação de Pedro de Toledo como interventor, mas nem isso apaziguou os ânimos. O assassinato de quatro jovens paulistanos (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) em 23 de maio de 1932, uniu a sociedade paulista em torno da luta pela constitucionalização. Em 9 de julho, a revolta começou, com os paulistas acreditando contar com o apoio de outros estados na derrubada de Vargas.
Os planos paulistas previam um movimento rápido e decisivo em direção ao Rio de Janeiro pelo Vale do Paraíba, mas a falta de apoio de outros estados, que permaneceram fiéis a Vargas, deixou São Paulo isolado. Comandadas por Pedro de Toledo e o general Bertoldo Klinger, as tropas paulistas lutaram em três frentes principais: Vale do Paraíba, Sul Paulista e Leste Paulista.
No Vale do Paraíba, os combates mais intensos ocorreram na região do Túnel da Mantiqueira, um ponto estratégico crucial. A superioridade numérica e de armamentos das forças de Vargas resultou na ocupação de várias cidades paulistas e no recuo das tropas em direção à capital.
No Leste Paulista, as tropas paulistas chegaram a penetrar no sul de Minas Gerais, mas foram repelidas pelas forças federais. As batalhas mais violentas ocorreram na Serra da Mantiqueira, especialmente na Garganta do Embaú, onde o controle do túnel ferroviário era crucial. As tropas paulistas invadiram Passa-Quatro, mas a cidade foi reconquistada pelas tropas de Vargas.
O Sul Paulista foi o principal teatro de operações das tropas federais. A retirada das tropas paulistas de Itararé abriu caminho para a invasão federal de quase 150 quilômetros de território paulista. As forças federais, mais numerosas e bem equipadas, ocuparam várias cidades paulistas no interior do estado.
Em setembro, a situação de São Paulo era crítica. O estado estava sendo invadido lentamente pelas tropas de Vargas, e a capital estava sob ameaça direta. A economia de São Paulo estava asfixiada pelo bloqueio do porto de Santos, e as tropas paulistas desertavam em grande número. A rendição foi inevitável, ocorrendo em 2 de outubro de 1932 na cidade de Cruzeiro.
As consequências da revolução foram profundas
Oficialmente, São Paulo registrou 634 mortos, embora estimativas extraoficiais sugiram mais de 1000 mortes. A derrota militar se transformou em vitória política, com Vargas iniciando o processo de reconstitucionalização do país, resultando na promulgação de uma nova constituição em 1934. A Revolução de 1932 se tornou um símbolo para os paulistas, lembrada anualmente no feriado de 9 de julho.
A Guerra Paulista marcou um capítulo crucial na história do Brasil, destacando a luta de São Paulo por um regime constitucional. Embora derrotados militarmente, os paulistas conseguiram pressionar Vargas a iniciar o processo de reconstitucionalização, culminando na Constituição de 1934. O movimento permanece um símbolo de resistência e luta por direitos políticos, lembrado anualmente pelos paulistas.
*Com informações de Brasil Escola e Wikipedia.
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