Novos laudos indicam complicações após criança ser amarrada em ambulância de Francisco Morato; família reforça denúncia

A reportagem atualiza o caso da criança com deficiência e autismo amarrada com ataduras no lugar do cinto durante um transporte sanitário de Francisco Morato. A família apresentou novos documentos médicos que descrevem complicações após a viagem e pedem atendimento urgente. O material, somado às mensagens e notas oficiais já publicadas, amplia o interesse público sobre procedimentos e responsabilidades no serviço municipal de saúde.

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Publicado por Bianca Ludymila em 18/11/2025

Pontos Principais:

  • Receituário de 13/11 registra “más condições” do transporte, dor abdominal e “estouro” do botão de gastrostomia; pede pronto socorro imediato.
  • Relatório de gastro (13/11) aponta hiperemia e secreção no estoma desde 30/10 e orienta avaliação cirúrgica em pronto atendimento.
  • Radiografia dos ombros e foto clínica compõem o dossiê; publicação preserva a identidade da criança.
  • Sindicância aberta e protocolo interno reforçado: proibição de iniciar viagem sem equipamento original.
  • Base legal: CF/88 (segurança e igualdade), ECA (proteção integral, prioridade absoluta) e EPD (adaptação razoável e atendimento seguro).

O novo conjunto inclui um receituário de 13/11/2025, às 14h32, no qual o médico registra que a criança “viajou em ambulância em más condições”, relata dor abdominal subsequente e informa que, “após alguns dias, estourou o botão de gastrostomia”, solicitando pronto socorro imediato. O documento identifica a paciente e o local de atendimento.

RX, laudos e foto clínica reforçam denúncia sobre viagem insegura.
RX, laudos e foto clínica reforçam denúncia sobre viagem insegura.

Também foi entregue um relatório de gastroenterologia, datado de 13/11/2025, que anota o “acidente em transporte com alteração e liberação da gastrostomia”, menciona hiperemia local com secreção amarelada desde 30/10/2025 e orienta levar a menor ao pronto atendimento para avaliação cirúrgica do estoma. A peça é assinada e localiza o atendimento em Jundiaí (SP).

A família acrescentou uma radiografia dos ombros realizada no mesmo período, destacando as articulações. A redação não emite diagnóstico a partir de imagem; o RX é apresentado como elemento clínico posterior ao transporte, compondo a linha do tempo dos sintomas e atendimentos.

O documento identifica a paciente e registra: “mãe relata que em uma viagem de transporte de ambulância de más condições, apresentou dor em região abdominal, e após alguns dias estourou botão de gastrostomia, em tratamento de infecção local, sem melhoras. Solicito auxílio e atendimento de pronto socorro imediato.”
O documento identifica a paciente e registra: “mãe relata que em uma viagem de transporte de ambulância de más condições, apresentou dor em região abdominal, e após alguns dias estourou botão de gastrostomia, em tratamento de infecção local, sem melhoras. Solicito auxílio e atendimento de pronto socorro imediato.”

Uma fotografia do estoma de gastrostomia mostra sinais compatíveis com inflamação local. Por se tratar de conteúdo sensível, a publicação preserva a identidade da criança e aplica desfoque quando necessário. A imagem é usada apenas para demonstrar a materialidade do quadro descrito nos documentos.

Parte dos registros inclui prescrições emitidas pelo próprio serviço municipal (SAME), o que demonstra continuidade de cuidado após o episódio e permite verificar o itinerário institucional da família. As caligrafias dificultam trechos, mas o essencial está legível: antibiótico, posologia e período de uso.

Arquivo mostra RX bilateral com marcações visuais da família para destacar a região dos ombros. A reportagem não emite diagnóstico; o exame é apresentado como elemento de contexto clínico posterior ao transporte.
Arquivo mostra RX bilateral com marcações visuais da família para destacar a região dos ombros. A reportagem não emite diagnóstico; o exame é apresentado como elemento de contexto clínico posterior ao transporte.

Os novos documentos chegam após a abertura de sindicância pela prefeitura e do alerta interno à equipe de transportes, que já havia reconhecido falhas e determinado reforço imediato de protocolos, inclusive a orientação de não iniciar viagem sem equipamentos de segurança originais. A administração também indicou reunião emergencial para alinhar procedimentos.

Do ponto de vista legal, o quadro reforça a aplicação do art. 5º da Constituição (direito à segurança e à igualdade), do ECA (proteção integral, prioridade absoluta e proibição de negligência e tratamento degradante) e do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que exige adaptações razoáveis e atendimento seguro. Em termos administrativos, segue em curso a apuração de conduta do servidor e a avaliação de responsabilidade do ente público.

Registro fotográfico evidencia hiperemia e secreção ao redor do botão. Trata-se de material sensível, publicado apenas com tarja/blur e aviso de conteúdo, preservando a criança.
Registro fotográfico evidencia hiperemia e secreção ao redor do botão. Trata-se de material sensível, aviso de conteúdo sensível, preservando a criança.

A redação solicitou confirmação das datas, identificação da ambulância, equipe de plantão, protocolos de transporte pediátrico e dispositivos de retenção disponíveis para pessoas com deficiência. Também foram encaminhadas perguntas sobre o plano de correção pós-reunião e os prazos da sindicância, além de contato com o Ministério Público e o Conselho Tutelar para atualização das medidas de proteção.

A família afirma que avisou sobre a insegurança da viagem. O material enviado agora — receituário com menção às “más condições”, relatório que descreve alteração do estoma, RX e foto do sítio da gastrostomia — busca evidenciar a ligação temporal entre o transporte e o agravamento clínico. Caberá à apuração oficial estabelecer nexo e responsabilidades, com base em prontuários, protocolos e depoimentos técnicos.

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Receituários e relatório médico apontam agravamento após transporte.
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