Juros do Cartão de Crédito Disparam 429,5%: Veja Como se Proteger
Em junho de 2024, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo alcançou 429,5% ao ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central. Este aumento de 7,1 pontos percentuais em relação a maio destaca a volatilidade e o custo elevado dessa modalidade de crédito. Em um contexto anual, apesar do aumento mensal, houve uma redução de 6,3 pontos percentuais, refletindo um ajuste gradual no mercado.
O crédito rotativo é acionado pelo consumidor quando este paga menos que o valor total da fatura do cartão de crédito, resultando em um empréstimo sobre o valor remanescente. Esta modalidade é notória por suas taxas elevadas, sendo a mais alta do mercado de crédito. A legislação implementada em janeiro de 2024, que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, aplica-se apenas a novos financiamentos, não influenciando os dados estatísticos de junho.
Após 30 dias, as dívidas de cartão de crédito são automaticamente parceladas pelas instituições financeiras. Para o crédito parcelado, a taxa de juros caiu 5,4 pontos percentuais no mês, situando-se em 180,5% ao ano, com uma redução anual de 15,6 pontos percentuais.
Além das mudanças no crédito rotativo e parcelado, outras modalidades de crédito livre também apresentaram variações significativas. O crédito pessoal não consignado recuou 6 pontos percentuais, enquanto o cheque especial subiu 3,1 pontos percentuais, atingindo 135% ao ano. No agregado, a taxa média de juros do crédito livre às famílias diminuiu 0,7 ponto percentual em junho, totalizando 51,7% ao ano, uma redução de 7,4 pontos percentuais em 12 meses.
Para as empresas, a taxa média de juros subiu 0,3 ponto percentual no mês, alcançando 20,9% ao ano, com uma queda anual de 1,9 ponto percentual. Este resultado foi influenciado por aumentos nas taxas de cheque especial, capital de giro e crédito parcelado, enquanto o crédito rotativo e o desconto de duplicatas apresentaram quedas.
No crédito direcionado, onde as regras são estabelecidas pelo governo, a taxa média para pessoas físicas foi de 10,1% ao ano, com um aumento de 0,2 ponto percentual no mês. Para as empresas, a taxa subiu para 12,4% ao ano, resultando em uma média total de 10,6% ao ano para o crédito direcionado.
O volume total de operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional atingiu R$ 585,9 bilhões em junho, um crescimento de 2,4% no mês e de 9,3% em 12 meses. O estoque de empréstimos concedidos pelos bancos chegou a R$ 6,018 trilhões, um aumento de 1,2% em relação a maio e de 9,9% em um ano.
O comportamento das taxas de juros no Brasil reflete a influência da taxa básica de juros, a Selic, que foi mantida em 10,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária, após um período de cortes iniciado em agosto do ano passado. Esta dinâmica reflete as incertezas econômicas e a alta recente do dólar, impactando diretamente as condições de crédito no país.
Fonte: AgênciaBrasil.