Entenda porque remoções na Favela do Moinho causam protestos, afetam trens da CPTM impactando moradores de Caieiras e região

Remoções na Favela do Moinho afetam a Linha 7-Rubi da CPTM. Protestos por remoção paralisam trens entre Caieiras e a Estação da Luz.

Notícias
Publicado por Bianca Ludymila em 14/05/2025
Entenda porque remoções na Favela do Moinho causam protestos, afetam trens da CPTM impactando moradores de Caieiras e região

Pontos Principais:

  • Protesto de moradores da Favela do Moinho paralisou quatro linhas da CPTM.
  • Circulação entre Luz e Barra Funda foi interrompida durante o horário de pico.
  • Remoções foram feitas pela CDHU com apoio da PM, gerando tensão local.
  • Governo de SP oferece auxílio-aluguel, mas plano de reassentamento está sob análise da União.

Moradores da Favela do Moinho, na região central de São Paulo, protestaram na tarde desta segunda-feira (12) contra a remoção de residências promovida pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), o que causou a paralisação de quatro linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A manifestação teve início após o avanço das demolições no local, realizadas sob a justificativa de risco estrutural dos imóveis e com o objetivo de transformar a área em um parque urbano. Para interromper a circulação dos trens, manifestantes colocaram fogo em objetos sobre os trilhos.

A interdição das linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 10-Turquesa e 13-Jade afetou milhares de passageiros no horário de pico da tarde. Entre os mais prejudicados estavam os moradores de cidades vizinhas como Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato, que dependem da Linha 7 para chegar ao centro da capital. A CPTM confirmou que, por volta das 16h10, a circulação foi interrompida entre as estações Luz e Palmeiras-Barra Funda, recomendando o uso de linhas do Metrô como alternativa.

A Favela do Moinho é formada por cerca de 820 famílias e está situada em um terreno pertencente à União. Desde 22 de abril, o governo de São Paulo tem promovido a remoção gradual das moradias. A operação conta com o apoio da Polícia Militar, Defesa Civil e Subprefeitura da Sé. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, as primeiras demolições ocorreram em casas já desocupadas e consideradas de alto risco. A presença da PM, no entanto, gerou críticas de moradores e aumentou a tensão na comunidade.

O secretário Marcelo Cardinale Branco defendeu a operação, afirmando que a maioria das famílias já manifestou desejo de deixar o local e que o governo está oferecendo auxílio-aluguel de R$ 800 — dividido entre Estado e Prefeitura — além de um valor único de R$ 2.400 para custear a mudança. Ele também denunciou que donos de imóveis alugados dentro da favela estariam coagindo moradores a permanecer no local. Segundo dados divulgados, 716 famílias já aceitaram a proposta de saída.

O governo federal, por meio da Secretaria do Patrimônio da União, confirmou que recebeu o pedido de cessão da área pelo Estado, mas condicionou a transferência à garantia de moradia digna para as famílias. O plano de reassentamento enviado pela CDHU ainda precisa de ajustes, especialmente no que diz respeito aos endereços exatos de realocação e aos prazos de entrega das novas unidades habitacionais. O órgão também destacou que a mudança deve ocorrer sem uso de força e com consentimento das famílias.

Enquanto isso, os transtornos no transporte seguem sendo sentidos por quem depende da CPTM. Passageiros relataram longas filas, atrasos e falta de informação. O impacto da paralisação foi maior entre moradores da região noroeste da Grande São Paulo, como Caieiras, que utilizam a Linha 7-Rubi como principal via de acesso ao centro da cidade. A necessidade de baldeações improvisadas e a lotação de estações como Palmeiras-Barra Funda e Luz foram agravadas pelo horário de pico.

A situação expôs, mais uma vez, os conflitos urbanos latentes na capital paulista, onde projetos de requalificação do espaço urbano muitas vezes colidem com os direitos de moradores de comunidades estabelecidas. A transformação da Favela do Moinho em parque ainda depende de aval federal, mas a operação de remoção segue em ritmo acelerado, sob o olhar atento de entidades de direitos humanos, moradores e do Ministério Público.

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