O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que não buscará a reeleição em 2024. A decisão foi divulgada em uma carta publicada nas redes sociais, onde Biden expressou sua gratidão a todos que apoiaram sua campanha. Ele prometeu fazer um pronunciamento à nação ainda nesta semana para explicar os detalhes de sua decisão.
A pressão sobre Biden para desistir da reeleição vinha crescendo entre os democratas e na mídia. Após um fraco desempenho em um debate na CNN, vários membros do Partido Democrata começaram a expressar preocupações sobre a capacidade de Biden de derrotar seu provável rival, o ex-presidente Donald Trump. O presidente mostrou dificuldades de comunicação durante o debate, o que aumentou as dúvidas sobre sua candidatura.
Além dos democratas, veículos tradicionais de mídia, como o The New York Times, publicaram editoriais pedindo que Biden reconsiderasse sua candidatura. Figuras públicas como o ator George Clooney, que havia ajudado na arrecadação de fundos para a campanha de Biden, também se juntaram ao coro pedindo sua desistência. Biden cometeu várias gafes públicas, incluindo confundir o nome da vice-presidente Kamala Harris com o de Trump e o do presidente ucraniano Zelensky com Putin.
Dias antes do anúncio, a liderança do Partido Democrata, incluindo a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, reuniu-se com Biden para apresentar pesquisas mostrando que ele não derrotaria Trump nas próximas eleições. Até o ex-presidente Barack Obama, embora sem fazer comentários públicos, era cético quanto às chances de vitória de Biden.
Mesmo após um ataque a tiros contra Trump, que não alterou significativamente as intenções de voto, a pressão sobre Biden não diminuiu. As pesquisas mostravam Trump ligeiramente à frente, com 43% contra 41%, dentro da margem de erro, mantendo ambos tecnicamente empatados.
Após o debate, Biden reiterou várias vezes que não desistiria da candidatura, até mesmo desafiando a pressão de seus colegas de partido. Ele chegou a declarar que só reconsideraria caso fosse diagnosticado com algum problema de saúde. Na quarta-feira (17), Biden testou positivo para covid-19, mas a Casa Branca informou que ele apresentava apenas sintomas leves.
Especialistas apontam que a decisão de Biden coloca o Partido Democrata em uma posição delicada. Encontrar um novo candidato em pouco tempo pode ser um desafio, dando uma vantagem significativa a Trump. A decisão de Biden de não concorrer novamente levanta questões sobre quem o Partido Democrata escolherá para enfrentá-lo nas eleições de novembro.
Fonte: UOL.