Na última sexta-feira (28), a Casa Branca foi palco de um encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A reunião, que deveria tratar de um acordo sobre a exploração de terras raras ucranianas, foi marcada por discussões e tensão entre os líderes. Durante o encontro, Trump pressionou Zelensky a aceitar um acordo para encerrar o conflito na Ucrânia, iniciado em 2022 após a invasão russa.
A discussão entre os presidentes ocorreu diante da imprensa, em uma transmissão ao vivo. Trump elevou o tom ao afirmar que Zelensky estava “apostando a vida de milhões de pessoas” ao insistir na guerra. O bate-boca se intensificou nos minutos finais da reunião, resultando no cancelamento da assinatura do acordo previsto. A ausência de um consenso reforça a mudança de postura do governo americano em relação à Ucrânia, que durante a gestão de Joe Biden recebeu amplo apoio dos Estados Unidos.
O episódio repercutiu internacionalmente, com líderes políticos avaliando as consequências do encontro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a cena como “grotesca” e afirmou que Zelensky foi humilhado por Trump. Lula também destacou que a diplomacia exige respeito e diálogo entre as partes envolvidas em conflitos.
O bate-boca começou nos minutos finais da reunião. Zelensky expressou desconfiança em relação às intenções do presidente russo, Vladimir Putin, afirmando que não via garantias concretas para encerrar a guerra. Trump reagiu de forma veemente, acusando o líder ucraniano de desrespeitar os Estados Unidos e colocar em risco a estabilidade mundial.
O vice-presidente americano, JD Vance, tentou intervir, pedindo respeito no debate. No entanto, Trump insistiu que os Estados Unidos já haviam auxiliado a Ucrânia mais do que o necessário e que o país deveria considerar um acordo de paz. A postura de Trump reforça a reaproximação da Casa Branca com Moscou e a diminuição do suporte americano a Kiev.
O impasse resultou na não assinatura do acordo sobre exploração de terras raras na Ucrânia. Esses recursos são considerados estratégicos tanto para os interesses econômicos dos Estados Unidos quanto para a recuperação financeira da Ucrânia. Com o fracasso das negociações, a incerteza sobre o futuro do apoio americano à Ucrânia se intensifica.
A reunião e o desentendimento entre os líderes geraram reações em diversos países. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou o encontro, afirmando que a cena foi desrespeitosa e prejudicial para a diplomacia. Lula ressaltou que a União Europeia pode ser impactada pelo desenrolar da crise e que a única solução viável seria um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
No Reino Unido, o primeiro-ministro britânico reafirmou o apoio do país à Ucrânia. A visita de Zelensky a Londres incluiu conversas com lideranças políticas e um encontro com o rei Charles III. O premiê britânico destacou a importância de manter a aliança com Kiev e reforçar medidas de defesa contra a Rússia.
Durante a reunião na Casa Branca, a embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Oksana Markarova, demonstrou desapontamento com a postura de Trump. Em um momento da transmissão ao vivo, a diplomata foi vista abaixando a cabeça e levando as mãos ao rosto, evidenciando o impacto da discussão.
A reunião entre Trump e Zelensky tinha como objetivo inicial a assinatura de um acordo sobre a exploração de terras raras na Ucrânia. O país possui reservas significativas de minerais estratégicos, como manganês, urânio, titânio, lítio e minérios de zircônio, além de carvão, gás e petróleo.
Para a Ucrânia, o acordo era fundamental para fortalecer sua economia e garantir apoio dos Estados Unidos no conflito com a Rússia. No entanto, a falta de consenso entre os presidentes comprometeu as negociações. Trump argumentou que os recursos naturais ucranianos deveriam ser usados como contrapartida pela ajuda financeira recebida dos EUA nos últimos anos.
O desfecho da reunião adiciona incertezas ao futuro da cooperação entre Washington e Kiev. Enquanto a Ucrânia busca garantir aliados para sua reconstrução, a nova abordagem do governo Trump sugere um redirecionamento estratégico na política externa americana.
O presidente Lula voltou a defender a necessidade de diálogo entre Rússia e Ucrânia para o fim do conflito. O Brasil tem mantido uma postura diplomática de incentivo às negociações de paz, ressaltando que a solução deve envolver diretamente os líderes dos países em guerra.
Lula enfatizou que a continuidade do conflito representa um alto custo financeiro e humanitário, afetando não apenas a Ucrânia e a Rússia, mas também a economia global. Para ele, a busca pela paz deve ser uma prioridade das nações envolvidas e da comunidade internacional.
A avaliação do governo brasileiro segue a linha de evitar alinhamentos automáticos com potências globais, mantendo uma posição independente em relação à guerra. O episódio na Casa Branca reforça o desafio diplomático que a comunidade internacional enfrenta para alcançar um cessar-fogo duradouro.
Fonte: AgênciaBrasil e G1.