Por Hospital Fabiano de Cristo: Psicóloga Ligia Guilhermina da Silva – CRP 06/125146 – Responsável Técnica. Atendimento gratuito de retaguarda para pessoas com câncer.
Entre nós e o outro existe um abismo, essa distância consiste na própria essência dele que não podemos acessar porque é impossível.
Por esse motivo é que hoje a reflexão será voltada para a dificuldade que temos em não se envolver nos conflitos e assuntos que não pertencem a nós.
É difícil pensar dessa forma quando o tipo de relação possui vínculo familiar ou até mesmo de amizade, de alguma forma a dor do outro nos atinge e assim, mergulhados em um emaranhado de emoções não conseguimos perceber a linha limite que separa nós do outro, daquela pessoa que amamos. Quando isso acontece passamos a carregar duas bagagens a nossa e de nosso familiar ou amigo, duas vidas para administrar, resolver e decidir.
Ser cuidador de alguém que necessita é apoiar, cuidar e fazer o que está ao alcance e não fazer a o que é parte e esforço do outro ou até mesmo tomar o problema como seu.
A partir do momento que pegamos algo que não é nosso, o peso aumenta e estamos sujeitos aos mais variados conflitos emocionais.
A vida é feita de caminhos e cada um tem o seu juntamente com o que deve enfrentar e carregar, portanto, o maior auxílio que damos ao outro é estarmos lado a lado na caminhada enfrentando o que vier para no final chegarmos juntos.
Em meio à voragem da vida contemporânea, somos constantemente confrontados com a dicotomia entre a individualidade e a coletividade, entre o eu e o outro. O tecido social, intrincadamente tecido pelos fios da interdependência e conexão humana, muitas vezes nos coloca em uma encruzilhada emocional: devemos nos imiscuir nos conflitos alheios, assumindo-os como nossos, ou devemos respeitar a distância essencial que nos separa dos demais?
A reflexão sobre essa questão nos conduz por caminhos sinuosos, onde a empatia e o altruísmo encontram-se em tensão com o autodesenvolvimento e a autodeterminação. Vivemos em uma era onde a ênfase na coletividade e na responsabilidade social nunca foi tão pronunciada. Contudo, há um limiar sutil que, uma vez ultrapassado, pode transmutar o apoio e cuidado em uma espécie de invasão de território pessoal, tanto para quem ajuda quanto para quem é ajudado.
A empatia, essa habilidade quase mística de sentir com o outro, é, sem dúvida, uma virtude inestimável. Ela nos permite transcendentes momentos de compreensão e solidariedade. No entanto, é imperativo que reconheçamos os limites desta qualidade, especialmente no que tange ao peso emocional que escolhemos carregar. Ao assumirmos as dores e as lutas de outrem como se fossem nossas, corremos o risco de desvalorizar a experiência única e a autonomia do outro, bem como sobrecarregar-nos com um fardo que não nos pertence.
Nessa interação complexa, como podemos, então, posicionar-nos de forma a respeitar a essência do outro, sem nos perdermos na sua dor? A resposta pode residir na delicada arte de estar presente. Estar lado a lado, não como quem carrega o outro, mas como quem caminha junto, respeitando os limites inerentes a cada jornada pessoal.
Nosso maior presente para aqueles que amamos não é a absorção de seus problemas, mas a nossa companhia e o nosso apoio, mantendo-nos firmes ao lado deles enquanto enfrentam suas próprias batalhas. É um convite a reconhecer que, apesar de sermos parte de uma coletividade, cada indivíduo deve ser o protagonista de sua própria história, com o direito de carregar suas próprias bagagens e aprender com elas.
O desafio que se apresenta é o de sermos empáticos sem sermos absorventes; de sermos cuidadores sem nos tornarmos salvadores; de sermos amigos, familiares e parceiros sem perdermos de vista a autonomia que define a cada um de nós.
Provocar reflexão sobre essas nuances não é apenas uma questão de fomentar um debate, mas sim de cultivar uma sociedade mais consciente de seus limites e de suas capacidades. E, talvez, na busca por essa compreensão, possamos encontrar um equilíbrio mais saudável, em que a empatia e o respeito pela individualidade coexistam em harmonia, permitindo que cada um carregue o que é seu, e apenas o que é seu.
A missão do Hospital Espírita Fabiano de Cristo é ampliar a visão de saúde, doença e morte no cuidad’ integral da pessoa portadora da doença do câncer, levando em conta os aspectos físico, espiritual, social, cultural e ecológico. Seu objetivo é tornar-se um centro de referência internacional nessa área.
Os valores que guiam o trabalho do hospital são o amor, a integridade, a saúde, a evolução e a espiritualidade. A ideia surgiu quando um grupo de pessoas do Núcleo Espírita Cristão (NEC) realizava o serviço assistencial domiciliar para enfermos em convalescença e carência social. Eles perceberam que esses pacientes enfrentavam grandes dificuldades para se recuperar, principalmente devido às condições socioeconômicas em que viviam.
Sob orientação espiritual do mentor Dr. Romano, por intermédio do médium Sérgio Eduardo Miranda, assistido por Carlos Alberto Drago, o grupo teve a inspiração de criar um espaço para abrigar e cuidar dessas pessoas. Em 17 de outubro de 1992, foi criado o Hospital Espírita Fabiano de Cristo.
Localizado em Caieiras, o hospital aproveita a área geográfica com grande potencial energético e vibracional, com propriedades minerais que atendem as necessidades de recuperação, refazimento e reabilitação de pessoas portadoras de doenças degenerativas como o câncer. Em 17 de outubro de 1996, foi lançada a pedra fundamental no espaço cedido pela Prefeitura Municipal de Caieiras para concessão de uso.
Em 10 de fevereiro de 2001, o Ambulatório Fabiano de Cristo foi inaugurado, oferecendo atendimento ambulatorial em diversas especialidades. Acima do ambulatório, encontra-se o Espaço Cultural Fabiano de Cristo, utilizado para a promoção de encontros, palestras, oficinas, shows e diversas outras ações.
O projeto do HEFC está em expansão. Além da manutenção dos atendimentos no Ambulatório, a construção do hospital permitirá ampliar os atendimentos, bem como oferecer opções de internação de acordo com a necessidade dos assistidos. Como parte do projeto de ampliação dos atendimentos, outros seis chalés serão construídos, cada um com seis leitos, permitindo um convívio familiar entre os pacientes de cada unidade.
Endereço: Rua Canário, 600, Laranjeiras – Caieiras (SP) Tel.: (11) 4441-3031 | (11) 94297-2924 E-mail: relacionamento@hefc.org.br