Cotidiano

Moda penitenciária: Que roupa se deve usar para visitar presidiários? jovem fatura com looks para cunhadas

Camila Bezerra, empreendedora que começou vendendo roupas nas filas de visitação aos presídios, transformou sua experiência em um negócio de sucesso. Hoje, ela tem uma loja física e um público fiel.
Publicado em Cotidiano dia 16/07/2024 por Alan Corrêa

Camila Bezerra, de 32 anos, moradora do Canindé, São Paulo, começou sua trajetória empreendedora vendendo roupas nas filas de visitação aos presídios. A prisão de seu marido a levou a perceber a necessidade de roupas adequadas para as esposas dos detentos, conhecidas como cunhadas. Com a nova resolução da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, que padronizou as vestimentas dos visitantes, Camila encontrou uma oportunidade de negócio.

Trabalhando inicialmente nas feiras do Brás, Camila tinha experiência como vendedora. A prisão do marido interrompeu sua rotina, mas ela rapidamente adaptou suas habilidades para atender às necessidades das visitantes dos presídios. Ela começou a vender roupas adaptadas às exigências da SAP durante suas próprias visitas ao marido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba.

O sucesso foi imediato. As roupas coloridas e adaptadas às normas dos presídios se tornaram populares entre as visitantes. Camila expandiu suas vendas, aproveitando grupos de apoio às famílias de presidiários no Facebook. O crescimento nas redes sociais, especialmente no TikTok, foi exponencial, com vídeos que atingiram quase 2 milhões de visualizações. Isso levou Camila a abrir uma loja física em frente ao terminal Barra Funda, um ponto estratégico para os visitantes de presídios.

Além das roupas para as cunhadas, Camila percebeu outra oportunidade: vender kits de uniformes para os detentos, já que o estado fornecia apenas roupas velhas. Também expandiu sua oferta para incluir lingeries e produtos de sex shop, atendendo a uma demanda específica das visitas íntimas.

O diferencial de Camila nas redes sociais foi a abordagem positiva, focando na importância das visitas e no bem-estar das esposas dos detentos. Essa estratégia a diferenciou de outros vendedores e aumentou significativamente seu público. Hoje, ela fatura cerca de R$ 30 mil por mês e já conta com uma funcionária para ajudar nas operações diárias.

Camila Bezerra transformou uma situação desafiadora em uma oportunidade de negócio, mostrando resiliência e criatividade. Sua história é um exemplo de como identificar e atender a necessidades específicas pode levar ao sucesso empreendedor.

Regras de vestimentas – válidas inclusive para crianças, em todas as unidades prisionais

PROIBIDO

As regras acima devem ser seguidas em todas as unidades prisionais da SAP, sendo qualquer mudança autorizada somente em casos excepcionais e diretamente pelo Secretário da Administração Penitenciária. Caso encontre qualquer divergência, o/a visitante deve comunicar pelo e-mail faleconosco@sap.sp.gov.br

Fonte: Agepen, Band, SAP-SP, OGlobo.