O ministro informa que o governo está elaborando uma série de 12 medidas com o objetivo de aprimorar as condições de crédito no país.
Na última segunda-feira (3), Fernando Haddad, ministro da Fazenda, solicitou ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a possibilidade de parcelamento de dívidas no Pix, sistema de transferências instantâneas do BC. O objetivo do ministro é baratear o crédito no país.
Durante um evento virtual promovido por um banco de investimentos, o ministro afirmou que a ferramenta seria uma grande inovação para o sistema bancário e poderia melhorar as condições de competitividade e crédito no país. Segundo Haddad, a proposta faz parte de um pacote de estímulo ao crédito.
Na última segunda-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou em um evento virtual promovido por um banco de investimentos sobre o Programa Desenrola, que visa renegociar até R$ 50 bilhões em dívidas de 37 milhões de pessoas físicas. O ministro informou que a medida provisória do programa está pronta e aguarda a conclusão do sistema pela B3, a bolsa de valores brasileira, que será utilizado pelo governo e pelos credores.
O pacote de estímulo ao crédito também inclui o parcelamento de dívidas no Pix, sistema de transferências instantâneas do Banco Central. Haddad pediu ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a possibilidade de parcelamento de débito pelo Pix, afirmando que a ferramenta ajudaria a baratear o crédito no país.
Com relação ao fundo que cobrirá as negociações do programa, R$ 11 bilhões já foram reservados no Orçamento. Em março, o ministro havia informado que o fundo, formado com recursos do Tesouro Nacional, teria cerca de R$ 10 bilhões, mas o valor foi recentemente aumentado para R$ 15 bilhões.
O fundo garantidor será responsável por cobrir eventuais calotes das pessoas que aderirem às renegociações. O Desenrola abrangerá todas as pessoas físicas negativadas, mas aquelas que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.604) terão condições mais vantajosas para renegociar, já que contarão com os aportes do Tesouro no fundo garantidor.
Nesta segunda-feira, Haddad se encontrou com Campos Neto para discutir possíveis mudanças no calendário de metas de inflação nos próximos anos. No entanto, o ministro negou a intenção de alterar a meta de inflação deste ano, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional em 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Haddad destacou que será necessário avaliar se as metas foram bem definidas nos próximos anos e considerar mudanças, como a adoção do sistema de calendário contínuo, adotado pela maioria dos países. Atualmente, apenas o Brasil e a Turquia utilizam o calendário anual para fixar suas metas de inflação.
O ministro reiterou a intenção de buscar a harmonização das políticas monetária e fiscal, e ressaltou que a aprovação da reforma tributária e o envio do novo arcabouço fiscal ao Congresso poderão gerar um “choque de crescimento” em 2024, desde que o Banco Central contribua para a redução dos juros.
O encontro entre Haddad e Campos Neto ocorreu no Ministério da Fazenda e abordou diversos assuntos. Após a reunião, Haddad declarou que se tratou de uma “reunião de rotina” e que o presidente do BC não falou com a imprensa.