Cotidiano

Frente fria derruba temperaturas e pressiona cidades do CIMBAJU a proteger moradores de rua

Enquanto o frio avança no CIMBAJU, apenas Mairiporã apresentou plano emergencial detalhado. A “Operação Noites Frias” oferece abrigo, alimentação e dignidade para quem está nas ruas. Outras cidades como Franco da Rocha, Caieiras e Cajamar ainda não responderam sobre ações específicas. O INMET emitiu alerta laranja para queda de mais de 5°C, intensificando a urgência por medidas concretas.
Publicado em Cotidiano dia 28/05/2025 por Alan Corrêa

Uma nova frente fria atinge a região do CIMBAJU com previsão de queda acentuada de temperatura e coloca em evidência a urgência de políticas públicas de acolhimento à população em situação de rua. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu um alerta laranja para a madrugada de quinta-feira, 29 de maio, prevendo temperaturas abaixo dos 10°C e risco real à saúde, sobretudo para quem vive nas ruas.

Pontos Principais:

  • Frente fria com alerta laranja ameaça população de rua no CIMBAJU.
  • Apenas Mairiporã respondeu com plano emergencial oficial até o momento.
  • “Operação Noites Frias” oferece abrigo, comida e dignidade de forma facultativa.
  • Demais prefeituras ainda não esclareceram medidas específicas de acolhimento.
  • Defesa Civil recomenda acionamento do 199 em casos de emergência durante o frio.

O consórcio que engloba os municípios de Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, Cajamar e Mairiporã, passa a ser observado pela população e por entidades sociais quanto à sua capacidade de reação diante da iminência de noites congelantes. A nossa reportagem voltou a procurar as prefeituras da região para apurar quais medidas emergenciais estão sendo adotadas, após a emissão do alerta oficial.

Entre os municípios consultados, apenas Mairiporã respondeu prontamente. Em nota encaminhada à redação, a prefeitura informou que desde o dia 26 de maio está em execução a “Operação Noites Frias”, coordenada pela Secretaria de Assistência Social. A ação é voltada à proteção da população de rua, oferecendo pernoite seguro, alimentação, banho e condições dignas de descanso.

O atendimento, conforme a administração municipal, é facultativo: o cidadão pode ou não aceitar o acolhimento, sem imposições. O foco é a dignidade e o respeito à autonomia. A operação seguirá até 14 de setembro de 2025, período estimado de término da frente fria mais intensa. Fora desse intervalo, a Casa de Passagem de Mairiporã funciona durante o ano todo, com planos individualizados de atendimento.

A medida foi a única oficialmente comunicada até o momento. As demais cidades da região — Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato e Cajamar — não encaminharam resposta à nova rodada de questionamentos feita pelo portal. A ausência de informações concretas eleva a preocupação diante da iminente queda de temperatura.

A região do CIMBAJU é marcada por bolsões de vulnerabilidade social, onde centenas de pessoas vivem em condições precárias. Especialistas apontam que a combinação entre frio intenso, desorganização das políticas públicas e escassez de vagas nos abrigos é historicamente letal. A necessidade de estrutura emergencial é urgente, mas depende da articulação rápida entre secretarias municipais, Defesa Civil e sociedade civil organizada.

Segundo o INMET, a queda de temperatura estimada ultrapassa os cinco graus Celsius, o que pode causar hipotermia em pessoas expostas por longos períodos. A recomendação é que a população informe a Defesa Civil pelo número 199 ao avistar qualquer situação de risco. Em cidades com plano de acolhimento, os próprios serviços municipais de assistência social podem ser acionados.

Enquanto isso, reforçamos que estamos abertos ao recebimento de informações das demais prefeituras. O espaço está disponível para que Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato e Cajamar compartilhem suas ações de resposta à frente fria. O tempo, no entanto, corre contra os mais vulneráveis.

A operação de Mairiporã pode servir de modelo para outros municípios, ao alinhar assistência emergencial com estratégias de longo prazo. A permanência da Casa de Passagem como política contínua mostra um caminho para além da reação pontual ao frio, mirando na reintegração social como solução estrutural.