Desvendando as Sombras da Ética: Uma Reflexão para a Sociedade Contemporânea

Por Bia Ludymila (MTB 0081969/SP). Na intrincada tapeçaria da filosofia grega, o mito da caverna de Platão se destaca, atuando como uma lente através da qual podemos explorar a natureza ilusória da realidade.

Em “A República”, este relato metafórico nos mostra humanos confinados a uma caverna, enganados por sombras que são confundidas com a realidade.

Tal como acontece neste cenário filosófico, frequentemente nos contentamos com as meras sombras no domínio da ética: contentamo-nos com as ilusões de honestidade, decência e sinceridade, enquanto a verdade permanece escondida na obscuridade.

A hipocrisia, termo que remonta à Grécia antiga e que descreve aqueles que agem nas sombras, é um fenômeno persistente na nossa sociedade. Por trás de palavras e ações, muitos se escondem, mostrando apenas uma versão distorcida de si mesmos ao mundo.

O ato de revelar, de trazer à luz, é crucial no mundo da ética. E a capacidade de questionar a correção de nossas ações nos separa dos outros seres e nos traz para o domínio da ética – a estrutura que define nossas decisões comportamentais.

A relevância da ética se enraíza na nossa natureza coletiva. É o tecido que une a sociedade, e sem ele, o caos reinaria. Porque, em solidão, não há necessidade de ética; é somente na presença dos outros que suas questões emergem.

A ética orienta nossas interações e assegura uma coexistência harmônica, permitindo que a sociedade prospere em todos os aspectos – físico, material e espiritual.

Enquanto a moral pode ser vista como um código de conduta individual, moldado por experiências pessoais e crenças, a ética é inerentemente coletiva. Não existe no vácuo, mas sim como uma entidade compartilhada que une comunidades, sociedades e nações.

E à medida que nos esforçamos para desvendar as sombras e aspirar à verdadeira iluminação, é a ética que nos guia no caminho.

*Inspirado no grandioso Cortella.