A Dança da Vida: Como o Ballet Transforma Vidas e Promove Inclusão na Terceira Idade. Aos 60 anos, Lu Fernandez encontrou no ballet um meio de superar o sedentarismo e realizar um sonho adiado. Tempo de leitura: 6 minutos.
Em busca de qualidade de vida, ela começou a dançar, inspirando outras pessoas a romperem barreiras pessoais e enfrentarem preconceitos ligados à idade. Sua iniciativa deu origem ao projeto “Aulão do Bem,” que reúne centenas de pessoas de diferentes idades e condições físicas em busca de saúde e realização pessoal.
No Brasil, iniciativas que promovem a inclusão de idosos em atividades artísticas, culturais e físicas estão ganhando destaque, especialmente em um contexto de envelhecimento populacional. Essa história abre um debate mais amplo sobre como atividades como o ballet podem gerar benefícios não só individuais, mas também sociais e econômicos, ao promover saúde, bem-estar e inclusão.
Qual o impacto dessas iniciativas em um país onde a população idosa cresce aceleradamente? E como exemplos como o de Lu Fernandez podem inspirar políticas públicas que conciliem saúde e cultura?
O Brasil está em processo acelerado de envelhecimento populacional. Segundo o IBGE, cerca de 14% da população tem mais de 60 anos, e essa proporção deve dobrar até 2050. Diante desse cenário, surgem questões cruciais: como garantir qualidade de vida a essa faixa etária e reduzir o impacto socioeconômico de doenças relacionadas ao sedentarismo?
Lu Fernandez é um exemplo de como a inclusão em atividades físicas e culturais pode transformar vidas. Aos 60 anos, decidiu romper com décadas de sedentarismo e realizar o sonho de infância de dançar ballet. O impacto foi imediato: além dos benefícios físicos, como melhor equilíbrio e coordenação motora, ela experimentou uma mudança significativa na autoestima e na saúde mental.
O projeto “Aulão do Bem,” idealizado por Lu, vai além de suas conquistas pessoais. Com mais de 200 participantes por evento, ele conecta pessoas de diferentes origens e idades, criando um espaço de acolhimento e aprendizado. A atividade não é apenas uma aula de dança, mas um movimento social que valoriza a diversidade e incentiva a busca pela realização pessoal, independentemente de barreiras físicas ou preconceitos.
Espaços como academias de dança e teatros públicos, onde ocorrem os aulões, reforçam o uso consciente de locais subutilizados. No Theatro Municipal do Rio de Janeiro, por exemplo, o projeto promove a valorização do patrimônio histórico e cultural, incentivando práticas sustentáveis de ocupação urbana.
O ballet desempenha um papel crucial na inclusão social. Para a terceira idade, a prática ajuda a combater o isolamento, que é um problema crescente. A OMS alerta que idosos socialmente isolados apresentam maior risco de desenvolver doenças físicas e mentais. Os encontros promovidos por Lu estimulam a interação e criam redes de apoio, mostrando que o impacto vai além da dança.
O custo do sedentarismo para o sistema de saúde brasileiro é significativo. Segundo o Ministério da Saúde, doenças relacionadas à falta de atividade física geram despesas bilionárias anualmente. Iniciativas como o “Aulão do Bem” ajudam a reduzir esses custos, promovendo um estilo de vida ativo e saudável. Além disso, os eventos movimentam a economia local ao atrair participantes e familiares para os espaços culturais onde ocorrem.
A história de Lu Fernandez reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem atividades artísticas e físicas para idosos. Governos locais poderiam ampliar iniciativas como a dela, oferecendo subsídios e parcerias com espaços culturais. Essa abordagem beneficiaria não apenas os participantes, mas também a sociedade como um todo, ao reduzir custos com saúde e fomentar a cultura.
Além disso, o exemplo do “Aulão do Bem” pode ser replicado em outras cidades, adaptando-se às necessidades e particularidades regionais. Em comunidades com acesso limitado a recursos, ações colaborativas com ONGs e empresas privadas poderiam ampliar o alcance e o impacto social.
Fonte: Portal Plena.