Caieiras

Ação Popular Questiona Legalidade de Cobranças e Representação Jurídica em Caieiras, SP

Cidadão de Caieiras entra com ação contra a Prefeitura e agentes públicos por alegada ilegalidade na cobrança de honorários advocatícios e na constituição de seu corpo jurídico.
Publicado em Caieiras dia 18/01/2024 por Alan Corrêa

Por Dr. Hermano A. Leitão. Cidadão de Caieiras entra com ação contra a Prefeitura e agentes públicos por alegada ilegalidade na cobrança de honorários advocatícios e na constituição de seu corpo jurídico.

Um caso jurídico notável emergiu na cidade de Caieiras, São Paulo, onde um morador, Eduardo Araujo de Lima, movido por preocupações cívicas, ingressou com uma Ação Popular contra a Prefeitura local e diversos agentes públicos. A ação, fundamentada nos artigos da Constituição Federal e da Lei 4.717/65, questiona a legalidade da cobrança de honorários advocatícios e a constituição da representação jurídica da Prefeitura.

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A ação alega que a Prefeitura de Caieiras, sob a administração do Prefeito Gilmar Soares Vicente, juntamente com vários advogados nomeados, tem praticado atos administrativos que violam as normas legais e constitucionais. Especificamente, o autor argumenta que a cobrança de honorários advocatícios e encargos sucumbenciais em dívidas fiscais, bem como a contratação de advogados para a representação jurídica do município, são ilegais.

Legitimidade da Ação:

Eduardo Araujo de Lima defende sua legitimidade para propor a ação, destacando-se como cidadão preocupado com a gestão do patrimônio público. Segundo a Constituição, qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular visando anular atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidade administrativa.

Principais Pontos da Contenda:

  1. Cobrança de Honorários Advocatícios: A Prefeitura de Caieiras está sendo acusada de incluir honorários advocatícios em dívidas fiscais, prática considerada ilegal pela ação.
  2. Representação Jurídica Irregular: A ação aponta que a Prefeitura não constituiu um órgão de Advocacia Pública conforme exigido pela Constituição. Em vez disso, contratou advogados em cargos comissionados, o que é considerado inconstitucional segundo o autor.
  3. Lesividade ao Patrimônio Público: O autor argumenta que as práticas da Prefeitura são lesivas ao patrimônio público, tanto por ilegalidade quanto por imoralidade.
  4. Pedido de Tutela Antecipada: A ação requer uma tutela antecipada para suspender a cobrança de honorários e encargos e a reavaliação das práticas jurídicas da Prefeitura.

Implicações da Ação:

Esta ação coloca em evidência a importância da legalidade e moralidade na administração pública. Se bem-sucedida, poderá resultar na anulação das cobranças consideradas ilegais e na reestruturação da representação jurídica da Prefeitura de Caieiras. Além disso, o caso pode estabelecer um precedente significativo para outras cidades e municípios brasileiros em situações semelhantes.

Próximos Passos:

O caso está agora nas mãos do judiciário, aguardando análise e decisão. A ação popular, um instrumento de democracia participativa, permite que cidadãos comuns questionem atos do poder público, reforçando assim o controle social sobre a gestão pública.

O caso de Caieiras é um exemplo notável da interação entre o direito cidadão e a gestão pública, destacando a importância do envolvimento cívico e jurídico na governança das cidades. Com a evolução deste caso, espera-se maior esclarecimento sobre os limites e obrigações dos entes públicos em suas práticas administrativas e jurídicas.

Veja aqui e agora o documento enviado ao juiz na íntegra.

Dr. Hermano A. Leitão, advogado especialista em direito público, destaca a importância de refletir sobre a responsabilidade diária de nossos atos, conforme mencionado no livro “Candide” de Voltaire. A administração municipal, ao interpretar erroneamente essa lição, pode estar comprometendo não apenas a integridade e saúde dos cidadãos, mas também a própria integridade do município.