Saúde e Bem-Estar

Zolpidem virou ‘moda’ entre os jovens. Saiba os riscos do uso indiscriminado do medicamento

Os casos envolvendo a utilização do medicamento Zolpidem já estava entre os mais buscados na internet, porém ganhou mais evidência na noite de domingo, 6, com uma matéria exibida pelo Fantástico. A repercussão se deve ao fato dos jovens estarem usando o remédio de forma indiscriminada, sem que saibam os riscos que o fármaco pode […]
Publicado em Saúde e Bem-Estar dia 7/11/2022 por Alan Corrêa

Os casos envolvendo a utilização do medicamento Zolpidem já estava entre os mais buscados na internet, porém ganhou mais evidência na noite de domingo, 6, com uma matéria exibida pelo Fantástico.

A repercussão se deve ao fato dos jovens estarem usando o remédio de forma indiscriminada, sem que saibam os riscos que o fármaco pode causar. Destinado para tratamento de curta duração da insônia, segundo bula eletrônica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou seja, dificuldade para dormir em casos eventuais, transitórios ou crônicos, o hemitartarato de zolpidem virou “moda”, principalmente entre jovens.

De acordo com médicos especialistas, a situação demanda cuidados já que, mesmo para quem sofre com problemas para dormir, a medicação somente poderá ser usada após prescrição médica, indicando tanto a duração do tratamento, quanto a dosagem.

Conforme noticiou o Fantástico, as vendas aumentam a cada ano segundo dados da Anvisa. No ano passado, foram 19 milhões de caixas comercializadas. E só no primeiro semestre deste ano, foram vendidos 10,6 milhões caixas – mais da metade de todo o Zolpidem consumido em 2021.

Também na reportagem exibida foi mostrado dois casos de pessoas que tiveram alucinações, acabaram realizando compras e tendo outras ações sem que soubessem o que estavam fazendo.

Relatos nas redes sociais

Nas redes sociais, são inúmeros os relatos de jovens compartilhando suas experiências alucinógenas com o indutor do sono.

Mas em meio a comentários de uso indiscriminado, recreativo e em tons despojados, surgem também histórias de pessoas que, mesmo com a indicação do remédio, passaram por situações complicadas.

Os riscos

Em entrevista ao site Isto É, Dr. Rodrigo Lancelote Alberto, médico psiquiatra e Diretor Técnico do Centro de Atenção Integrada a Saúde Mental de Franco da Rocha, falou sobre os riscos.

Segundo ele, apesar de parecerem relatos inofensivos, há riscos nesses efeitos colaterais, que podem colocar o paciente em perigo.

“A utilização de forma incorreta ou automedicação não devem ocorrer, pois além de não ter o problema de saúde tratado de forma completa e satisfatória, pode ocasionar agravos e prejuízos ao organismo. No caso de alguns medicamentos que atuam no sistema nervoso central, como por exemplo o Zolpidem, quando utilizados de forma incorreta e sem orientação pode-se incluir o surgimento de complicações com repercussões graves tais como acidentes domésticos ou de transito e exposições sociais (postagens em redes sociais) ou financeiras (gastos desnecessários e bizarros). Além de possíveis problemas hepáticos, renais, pulmonares por exemplo”, aponta.