Vaca Brasileira é Mais Cara do Mundo: Como a Fertilização In Vitro Revolucionou a Genética Bovina no Brasil

A fertilização in vitro revolucionou a genética bovina no Brasil, exemplificada por Viatina-19 FIV Mara Móveis, a vaca mais cara do mundo, avaliada em R$ 21 milhões. Esta tecnologia permitiu a produção massiva de bezerros de alta qualidade, criando um mercado lucrativo. A oferta limitada de óvulos premium e características genéticas ideais aumentam o valor desses animais. Além do lucro, a inovação trouxe benefícios sociais, como arrecadações para caridade. Pesquisas com células-tronco prometem aumentar ainda mais a oferta de óvulos sem prejudicar a saúde dos animais. Viatina-19 continuará a influenciar a genética bovina por anos, perpetuando seu legado.
Publicado em Curiosidades dia 23/05/2024 por Alan Corrêa

Com um valor de R$ 21 milhões, Viatina-19 FIV Mara Móveis destaca o impacto da fertilização in vitro na criação de gado e no mercado de genética bovina. Por Bia Ludymila (MTB 0081969/SP).

A fertilização in vitro transformou a genética bovina no Brasil, resultando na vaca mais cara do mundo: Viatina-19 FIV Mara Móveis. Este avanço tecnológico não só aumentou a produção de bezerros de alta qualidade, mas também impulsionou um mercado lucrativo e inovador. Como a Viatina-19 alcançou um valor de R$ 21 milhões? Entenda como a ciência e a demanda por genética superior moldaram este cenário.

A história de Viatina-19 começa na fazenda Mara Móveis, em Goiás, onde nasceu há cinco anos. O nome Viatina é uma tradição familiar, passando de geração em geração. Viatina-19 faz parte de uma linhagem renomada, destacando-se pela genética superior. No entanto, o que realmente coloca Viatina-19 em um patamar elevado é o “FIV” em seu nome, significando fertilização in vitro. Esta tecnologia permitiu a criação de animais com características genéticas desejadas, revolucionando a indústria bovina.

A Revolução da Fertilização In Vitro

Desde a aurora da civilização, a criação de gado sempre buscou aprimoramento genético. Historicamente, os melhores machos eram selecionados para se reproduzir, devido à sua capacidade de produzir uma quantidade virtualmente infinita de espermatozoides. Um exemplo é o touro Landau, pai de Viatina, que teve 15 mil filhos. Já a fertilização in vitro mudou drasticamente esse cenário, permitindo que vacas premium como Viatina-19 produzissem um número significativo de descendentes.

A técnica envolve a colheita de óvulos da vaca com uma agulha transvaginal, que são então fertilizados em laboratório com espermatozoides de touros de alta qualidade. Os embriões resultantes são implantados em outras vacas, conhecidas como barrigas de aluguel. Este processo pode ser repetido a cada duas ou três semanas, aumentando exponencialmente o número de bezerros produzidos por uma única vaca.

A fertilização in vitro não só valorizou os animais geneticamente superiores, mas também criou um mercado lucrativo. Criadores vendem prenhezes e aspirações de óvulos de suas vacas campeãs, gerando expectativas de retornos financeiros significativos. Viatina-19, por exemplo, foi comprada por R$ 8 milhões por duas fazendas em 2022. Um ano depois, 33% de sua propriedade foi leiloada por R$ 7 milhões, elevando seu valor de mercado para R$ 21 milhões.

Esta valorização não se deve apenas à tecnologia, mas também às características genéticas ideais da vaca, como o umbigo na altura correta para evitar irritações em pastos altos. A oferta de óvulos premium é limitada, o que aumenta ainda mais seu valor. A Casa Branca Agropastoril e a Agropecuária Napemo, por exemplo, controlam cuidadosamente a oferta de aspirações de Viatina-19 para manter seu valor elevado.

Além do lucro, a tecnologia de fertilização in vitro trouxe impactos sociais positivos. Em maio de 2024, o consórcio de fazendas donas de Viatina leiloou uma prenhez da vaca para caridade, arrecadando R$ 3 milhões para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Esta ação demonstra como a inovação na genética bovina pode beneficiar a sociedade.

Os criadores também tomam medidas para preservar a saúde reprodutiva dos animais. Aspirações frequentes podem lesionar os ovários, abreviando a vida reprodutiva da vaca. Pesquisas estão em andamento para usar células-tronco na reparação de ovários, potencialmente aumentando a oferta de óvulos premium sem comprometer a saúde dos animais.

Viatina-19 continuará a produzir descendentes pelos próximos 10 anos, e sua genética será perpetuada através de clones e descendentes. A história de Viatina-19 ilustra como a fertilização in vitro transformou a criação de gado, criando um mercado lucrativo e inovador. Este avanço beneficia não apenas os criadores, mas também a sociedade, mostrando o impacto positivo da ciência na economia e no bem-estar social.

*Com informações de investnews.