Política

TSE Proíbe Uso de Inteligência Artificial para Criar e Propagar Conteúdos Falsos nas Eleições

O TSE regulamentou o uso de IA nas Eleições Municipais de 2024, proibindo deepfakes e exigindo transparência na propaganda eleitoral. As novas regras visam combater a desinformação e responsabilizar plataformas digitais pela remoção de conteúdo prejudicial, garantindo um processo eleitoral justo e transparente.
Publicado em Política dia 27/05/2024 por Alan Corrêa

Entre as novidades da propaganda eleitoral deste ano, estão a proibição de “deepfakes” e o aviso obrigatório de uso da IA em conteúdo divulgado. Por Bia Ludymila (MTB 0081969/SP).

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou, de maneira inédita, o uso da inteligência artificial (IA) na propaganda eleitoral para as Eleições Municipais de 2024. A medida, aprovada pela Corte em 27 de maio de 2024, visa combater a disseminação de desinformação e conteúdos manipulados digitalmente, garantindo um processo eleitoral mais transparente e justo.

O uso de inteligência artificial nas eleições sempre foi um tema controverso. Com o avanço da tecnologia, a possibilidade de manipulação de informações tornou-se uma preocupação global. Para as eleições municipais de 2024 no Brasil, o TSE tomou uma decisão histórica ao regulamentar o uso de IA na propaganda eleitoral. Mas o que motivou essa medida? E como ela impactará o processo eleitoral?

A regulamentação aprovada pelo TSE incluiu diversas mudanças significativas:

Proibição de Deepfakes

Deepfakes são vídeos ou áudios manipulados por IA para parecerem reais, mas que apresentam informações falsas. A proibição visa evitar a manipulação de imagens e vozes de candidatos para enganar os eleitores.

Aviso Obrigatório de Uso de IA: Qualquer conteúdo de propaganda eleitoral criado com IA deve incluir um aviso claro de que a tecnologia foi utilizada. Essa transparência é essencial para que os eleitores saibam a origem do material que consomem. Restrição ao Uso de Bots: As campanhas não poderão usar robôs para simular conversas com eleitores, evitando a criação de interações falsas que podem influenciar o voto de maneira desonesta. Responsabilização de Provedores: Plataformas digitais e provedores de internet serão responsabilizados caso não removam imediatamente conteúdos identificados como desinformação, discursos de ódio ou conteúdos antidemocráticos.

Impacto das Medidas

A adoção dessas medidas pelo TSE busca proteger a integridade do processo eleitoral em várias frentes:

Impacto Social: A proibição de deepfakes e a exigência de avisos sobre o uso de IA visam combater a desinformação e promover uma comunicação mais transparente entre candidatos e eleitores. Isso é crucial para manter a confiança do público no processo eleitoral. Impacto Econômico: A responsabilização das plataformas digitais pode ter implicações econômicas significativas. Empresas terão que investir em tecnologias de monitoramento e remoção de conteúdo, o que pode aumentar os custos operacionais. No entanto, isso também pode criar novas oportunidades para o desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras. Impacto Ambiental e Social: Embora a medida não tenha um impacto ambiental direto, a promoção de eleições justas e transparentes pode contribuir para um ambiente social mais estável e menos polarizado. A clareza nas campanhas eleitorais pode reduzir conflitos e promover um debate público mais saudável.

Para se adequar às novas regras, campanhas eleitorais e plataformas digitais precisarão adotar várias medidas

Medidas das Campanhas: Os candidatos e suas equipes deverão revisar suas estratégias de propaganda para garantir que estejam em conformidade com as novas regulamentações. Isso inclui a transparência sobre o uso de IA e a restrição ao uso de robôs.

Iniciativas Governamentais: O TSE também poderá tomar medidas adicionais para garantir a aplicação eficaz dessas regulamentações, incluindo a criação de um repositório de decisões para facilitar a remoção de conteúdos falsos e a cooperação com outras agências governamentais.

A regulamentação do uso de IA pelo TSE representa um passo significativo na promoção de eleições justas e transparentes no Brasil. Ao proibir deepfakes e exigir avisos sobre o uso de IA, o TSE busca combater a desinformação e proteger a integridade do processo eleitoral. Essas medidas também responsabilizam as plataformas digitais, garantindo que elas desempenhem um papel ativo na remoção de conteúdos prejudiciais. Em última análise, a ação do TSE é um esforço vital para assegurar que a democracia brasileira seja preservada e fortalecida.

*Com informações de TSE.