O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou a demissão do tenente-coronel da Polícia Militar Rogério Carbonari Calderari, preso desde 2018 por participação em esquemas de jogos de azar. Conhecido como “Las Vegas”, Calderari foi detido durante a Operação Cabaré, uma grande ação contra cassinos clandestinos na capital paulista.
A decisão do Palácio dos Bandeirantes foi divulgada na última sexta-feira (12) no Diário Oficial. A Justiça Militar havia negado um recurso apresentado pela defesa de Calderari, determinando a perda do posto e da patente do ex-PM, mesmo ele estando preso.
Durante a Operação Cabaré, deflagrada em janeiro de 2018 pelo Ministério Público de São Paulo e pela Corregedoria da Polícia Militar, foram apreendidas e destruídas 1.054 máquinas de video-bingo, com valor estimado em mais de R$ 20 milhões. A operação teve como foco a Zona Sul de São Paulo, incluindo a região de Moema, onde foram encontrados diversos cassinos clandestinos.
Um dos locais investigados na operação possuía um avançado sistema de segurança com reconhecimento facial, que controlava a entrada dos frequentadores. Além de Calderari, o coronel Luiz Flaviano Furtado e outros dois civis e mais dois oficiais da PM também foram presos na operação.
As investigações apontaram que Calderari recebia regularmente dinheiro proveniente da exploração de jogos de azar, o que lhe rendeu o apelido de “Las Vegas”. A defesa do ex-PM foi procurada para comentar a decisão, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.
A operação foi considerada uma das maiores ações contra caça-níqueis na história do Brasil, segundo fontes da época. Além das máquinas apreendidas, também foi encontrado um grande montante de dinheiro durante as buscas.
O Tribunal de Justiça Militar, que conduziu a investigação, reforçou que a perda de posto e patente é uma medida necessária para manter a integridade e a disciplina na corporação. A decisão de demissão de Calderari visa também enviar uma mensagem clara sobre a intolerância com qualquer tipo de corrupção dentro da Polícia Militar.
Fonte: G1.