O Spotify vai cobrar mais caro para que os brasileiros escutem suas músicas favoritas a partir de setembro. Em anúncio oficial publicado no site da empresa, a plataforma de streaming informou o reajuste em todos os seus planos pagos no país. Os novos valores atingem diretamente motoristas e passageiros que usam o app como companhia durante os trajetos diários, com destaque para os planos Duo e Família — amplamente utilizados em carros conectados e por casais que compartilham playlists.
Pontos Principais:
O plano Duo, voltado para duas pessoas, vai subir de R$ 27,90 para R$ 31,90, um aumento de 14,3%. É justamente esse pacote que caiu no gosto dos casais e amigos que utilizam o app durante as viagens de carro, via Android Auto ou Apple CarPlay. Já o plano Família, que pode ser utilizado por até seis usuários simultaneamente, subirá de R$ 34,90 para R$ 40,90 — uma alta ainda mais expressiva, de 17,2%, e a maior entre todas as opções oferecidas pelo serviço.
Para muitos usuários, especialmente os que escutam música durante o trânsito ou nas viagens do fim de semana, o reajuste será sentido de imediato no orçamento. Isso porque a cobrança é recorrente e, em meio ao aumento do preço dos combustíveis, pedágios e manutenção veicular, mais esse custo fixo pode pesar no bolso da população que já enfrenta uma inflação constante no setor de transportes.
O plano Individual também foi impactado, passando de R$ 21,90 para R$ 23,90 — um acréscimo de 9,13%. O plano Estudante, mais acessível, subiu de R$ 11,90 para R$ 12,90. Embora os percentuais variem, o movimento é o mesmo: uma alta generalizada que acompanha uma estratégia global do Spotify. A empresa comunicou que o reajuste também ocorrerá em outras regiões, como América Latina, Europa, Oriente Médio e Ásia-Pacífico.
A justificativa da companhia gira em torno de inovação e investimento em tecnologia. Entre os motivos listados estão o desenvolvimento de ferramentas com inteligência artificial, novos recursos de personalização para os usuários e a manutenção da infraestrutura de streaming global. Apesar da explicação técnica, o impacto direto recai sobre os milhões de brasileiros que dependem do app para manter suas rotinas sonoras ativas — dentro ou fora do carro.
A resposta do mercado financeiro foi positiva: após o anúncio dos novos preços, as ações do Spotify subiram 7,6%, refletindo a confiança dos investidores na política de valorização dos serviços premium da empresa. Para os usuários, no entanto, a reação foi mista — muitos enxergam o aumento como um encarecimento injustificado, sobretudo em um cenário econômico desafiador como o atual.
No site brasileiro da plataforma, os novos preços já estão atualizados. A empresa reforça que todos os assinantes receberão um aviso prévio informando a mudança e que a nova cobrança entrará em vigor a partir das próximas faturas de setembro. Os reajustes aplicados não têm data exata para variação por região, mas a transição será automática.
O Brasil é um dos mercados mais fortes do Spotify, tanto em volume de assinantes quanto em tempo médio de uso diário. O hábito de ouvir música no carro é culturalmente enraizado e o país tem grande adesão aos serviços digitais de áudio, o que torna o impacto desse reajuste ainda mais significativo em termos de percepção pública.
Concorrentes como Deezer, Amazon Music e Apple Music podem ganhar espaço com a mudança, caso consigam manter planos mais competitivos. O mercado está cada vez mais acirrado, e os diferenciais tecnológicos — como a promessa de playlists personalizadas e inteligência artificial — precisarão justificar o novo custo para os brasileiros, que já enfrentam diversas pressões financeiras em sua rotina de mobilidade urbana.