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Seu Café é Seguro? Veja Marcas Reprovadas pelo Ministério da Agricultura

O Ministério da Agricultura revelou que 17 novos lotes de café foram considerados impróprios para consumo devido a impurezas acima do limite permitido. As impurezas podem ser acidentais, mas elementos estranhos são adicionados de propósito. A legislação permite até 1% de impurezas. Entenda o impacto na sua saúde.
Publicado em Brasil dia 3/08/2024 por Alan Corrêa

O Ministério da Agricultura divulgou uma lista com mais 17 lotes de café considerados impróprios para o consumo, totalizando 41 lotes barrados nos últimos meses. A ação faz parte de uma iniciativa contínua para garantir a qualidade dos alimentos consumidos no Brasil. Os lotes foram desclassificados por conterem impurezas e elementos estranhos acima do limite legal permitido, que é de até 1% do produto.

A legislação brasileira permite que o café contenha impurezas naturais, como galhos, folhas e cascas, que podem ser encontradas durante a colheita e processamento. No entanto, quando essas impurezas superam o limite de 1% ou incluem elementos estranhos como sementes de outras plantas, pedras ou areia, o produto é considerado adulterado. Essa situação levanta preocupações sobre a qualidade e segurança do café consumido.

De acordo com o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Hugo Caruso, as impurezas podem ser encontradas de forma acidental, mas a presença de elementos estranhos é um indicativo de fraude, pois são adicionados intencionalmente para aumentar o volume do produto. O Ministério da Agricultura utiliza análises microscópicas para detectar essas irregularidades, mas reconhece a necessidade de aprimorar os métodos de inspeção para garantir resultados mais precisos.

As empresas de torrefação podem mascarar a presença de grãos defeituosos por meio de um processo de torra intensa. Ao torrar o café em níveis muito altos, as características indesejadas são escondidas, tornando mais difícil a identificação de grãos ruins. Isso levou à implementação da Portaria nº 570, que exige que a embalagem dos produtos informe o grau de torra utilizado, ajudando os consumidores a identificar possíveis fraudes.

Existem três tipos principais de torra: clara, média e escura. Cada um deles afeta o sabor e a qualidade do café de maneiras distintas. A torra clara preserva mais os sabores originais, enquanto a torra média busca um equilíbrio entre doçura e amargor. Já a torra escura, que pode ser utilizada para esconder defeitos, resulta em um café com sabor mais amargo. O Ministério da Agricultura espera que a divulgação dessas informações ajude os consumidores a fazer escolhas mais informadas.

A operação do Ministério da Agricultura também inclui a avaliação sensorial do café. Esta abordagem permite que os especialistas identifiquem fraudes através do sabor e aroma do produto, complementando as análises químicas que determinam a composição do pó. A combinação desses métodos pode fornecer uma visão mais completa da qualidade do café.

A análise sensorial é uma técnica já aplicada na identificação de fraudes em outros produtos alimentícios, como azeites. Combinada à análise química, pode ajudar a garantir que o café comercializado esteja em conformidade com os padrões de qualidade e segurança, protegendo os consumidores de práticas enganosas.

Fonte: G1.