Educação

Regras de Uso de Celulares em Escolas: Pesquisa Aponta Aumento das Restrições

A pesquisa TIC Educação 2023 revela que a maioria das escolas brasileiras adotou regras para o uso de celulares pelos alunos. Em 28% das instituições, o uso é totalmente proibido. O estudo também destaca a expansão do acesso à internet e as diferenças regionais na conectividade e na disponibilidade de equipamentos.
Publicado em Educação dia 6/08/2024 por Alan Corrêa

O uso de celulares nas escolas tem sido um tema amplamente debatido, com diferentes abordagens adotadas pelas instituições de ensino no Brasil. A pesquisa TIC Educação 2023, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), revela dados importantes sobre as regras de uso de celulares e o acesso à internet nas escolas de ensino fundamental e médio. Este artigo analisa as práticas e desafios enfrentados por essas instituições na era digital.

Nos últimos anos, o controle sobre o uso de celulares nas escolas aumentou, refletindo a preocupação com o impacto desses dispositivos na educação. Enquanto algumas instituições proíbem completamente o uso, outras optam por regulamentar os locais e horários permitidos. Além disso, o acesso à internet nas escolas cresceu significativamente, mas ainda existem disparidades entre as áreas urbanas e rurais.

A disponibilidade de equipamentos tecnológicos nas escolas é outro aspecto crucial para a integração da tecnologia na educação. As disparidades na infraestrutura tecnológica entre as escolas municipais, estaduais e particulares indicam a necessidade de políticas educacionais mais abrangentes para garantir acesso equitativo.

Regras para o Uso de Celulares

A pesquisa TIC Educação 2023 destaca que seis em cada dez escolas de ensino fundamental e médio no Brasil possuem regras específicas para o uso de celulares por parte dos alunos. Essas regras variam entre a proibição total do uso em 28% das escolas e a permissão em horários e espaços determinados nas demais instituições.

Entre as escolas que proíbem o uso de celulares, a proibição é mais comum nas instituições que atendem alunos mais novos, nos anos iniciais do ensino fundamental. Em 2023, 43% dessas escolas adotaram a proibição, comparado a 32% em 2020. Já nas escolas que oferecem ensino até os anos finais do fundamental, a proibição aumentou de 10% para 21% no mesmo período.

No ensino médio, apenas 8% das escolas proíbem o uso de celulares. Essa diferença nas políticas pode refletir a percepção de que alunos mais velhos são mais capazes de gerenciar o uso responsável dos dispositivos. As regras estabelecidas visam equilibrar a utilização pedagógica e o potencial de distração dos celulares.

Acesso à Internet nas Escolas

O acesso à internet nas escolas brasileiras alcançou 92% em 2023, mostrando um avanço significativo em relação aos 82% registrados em 2020. Esse aumento foi mais expressivo nas escolas rurais, onde a conectividade passou de 52% para 81%. Entretanto, apenas 65% dessas instituições disponibilizam acesso aos alunos.

Nas escolas urbanas, especialmente nas capitais, o acesso à internet permanece alto, com 98% de conectividade. As escolas do interior também mostraram melhorias, com um aumento de 79% para 91% no acesso à internet entre 2020 e 2023. A expansão da conectividade é fundamental para integrar a tecnologia no processo educacional e oferecer novas oportunidades de aprendizagem.

Apesar desses avanços, ainda existem desafios, especialmente nas escolas municipais, onde apenas 42% dos alunos têm acesso a computadores para atividades educacionais. A falta de equipamentos e infraestrutura limita o uso eficaz da tecnologia como ferramenta pedagógica.

Disponibilidade de Equipamentos

A disponibilidade de equipamentos tecnológicos nas escolas é essencial para implementar com sucesso o uso de tecnologia na educação. Nas escolas rurais, a presença de computadores aumentou de 63% em 2020 para 75% em 2023. No entanto, muitas escolas municipais ainda enfrentam desafios significativos, com 42% delas relatando a ausência total de computadores para uso dos alunos.

As escolas estaduais apresentam melhores números, com 73% oferecendo acesso à internet em espaços como bibliotecas e salas de estudo. As escolas particulares seguem de perto, com 72% disponibilizando conectividade nesses ambientes. A disponibilidade de internet nas salas de aula também cresceu, alcançando 82% nas escolas municipais e 80% nas estaduais.

A criação de laboratórios de informática com acesso à internet permanece um desafio em muitas escolas. Nas escolas municipais, apenas 22% têm laboratórios disponíveis, enquanto nas estaduais esse número é de 65%. A melhoria desses espaços é crucial para fornecer um ambiente propício ao aprendizado digital.

Desafios e Oportunidades

Apesar dos avanços no acesso à internet e na disponibilidade de equipamentos, as escolas brasileiras enfrentam desafios para integrar a tecnologia de maneira eficaz no currículo escolar. A desigualdade no acesso à tecnologia entre diferentes regiões e tipos de escolas continua sendo uma barreira significativa para a educação equitativa.

Para superar esses desafios, é essencial que políticas públicas sejam implementadas para garantir a infraestrutura tecnológica necessária em todas as escolas, especialmente nas áreas rurais e em instituições municipais. Investimentos em capacitação de professores para o uso pedagógico da tecnologia também são fundamentais para maximizar os benefícios educacionais.

As oportunidades para a integração da tecnologia na educação são vastas. A utilização de recursos digitais pode enriquecer o ensino, promover o aprendizado autônomo e preparar os alunos para o mundo digital. No entanto, é crucial equilibrar o uso da tecnologia com práticas educacionais eficazes e seguras.

Cenário educacional brasileiro

O cenário educacional brasileiro está em constante transformação com a crescente integração da tecnologia nas escolas. A pesquisa TIC Educação 2023 destaca avanços importantes no acesso à internet e na regulamentação do uso de celulares, mas também revela desafios persistentes na disponibilidade de equipamentos e infraestrutura.

Para que a tecnologia atue como um catalisador positivo na educação, é necessário um esforço conjunto de governos, escolas e comunidades para garantir que todos os alunos tenham acesso igualitário aos recursos digitais. Somente assim será possível proporcionar uma educação de qualidade que prepare os estudantes para os desafios do futuro.

Investimentos em infraestrutura, capacitação docente e políticas inclusivas são passos essenciais para alcançar esse objetivo. O futuro da educação no Brasil depende de um compromisso contínuo com a inovação e a equidade no acesso às oportunidades educacionais.

Fonte: AgênciaBrasil.