Rapadura de 18 toneladas é quebrada com britadeira e arrasta multidão no interior do Ceará

No encerramento do Festival Internacional da Cana-de-Açúcar, a cidade de Pindoretama, no Ceará, entregou à população a maior rapadura já feita no Brasil: 18,6 toneladas repartidas com britadeiras e picaretas. O feito artesanal envolveu dezenas de pessoas durante 11 dias de trabalho intenso no Engenho Almeida e devolveu ao município o recorde nacional, em uma disputa simbólica com cidades de Pernambuco e do próprio Ceará.
Publicado em Brasil dia 1/08/2025 por Alan Corrêa

O que era para ser apenas mais uma edição do tradicional festival açucareiro virou notícia nacional. Em 27 de julho de 2025, Pindoretama, município da Região Metropolitana de Fortaleza, protagonizou um momento inusitado ao quebrar — com britadeiras e picaretas — a maior rapadura já produzida no Brasil. A estrutura impressionante, feita artesanalmente, pesava 18,6 toneladas e foi apresentada no 16º Festival Internacional da Cana-de-Açúcar, o Pindorecana.

Pontos Principais:

  • Pindoretama (CE) produziu a maior rapadura do Brasil com 18,6 toneladas.
  • O doce foi quebrado com britadeiras e picaretas durante festival local.
  • A produção envolveu dezenas de pessoas e levou 11 dias no Engenho Almeida.
  • Evento integrou o 16º Festival Internacional da Cana-de-Açúcar.
  • A cidade reconquistou o recorde nacional, antes pertencente a PE e Cascavel (CE).

O evento, organizado pela Prefeitura Municipal, contou com a participação de centenas de moradores e visitantes, que acompanharam de perto a quebra do doce e garantiram suas porções — algumas levadas em sacolas, outras em baldes. A cena viralizou nas redes sociais não apenas pelo tamanho do doce, mas pela força necessária para fracioná-lo, algo só possível com o auxílio de equipamentos de demolição.

Produzida pelo tradicional Engenho Almeida, a rapadura levou 11 dias para ser finalizada. Durante esse período, dezenas de pessoas estiveram envolvidas no preparo, que seguiu o método clássico: caldo de cana moída, fervido até ganhar consistência, e depois resfriado até endurecer. O resultado foi uma estrutura de 6,8 metros de comprimento e 78 centímetros de altura, moldada com precisão e cuidado.

A produção não foi apenas simbólica — ela foi técnica, rigorosa e certificada oficialmente pela plataforma RankBrasil, responsável por catalogar recordes nacionais. Com isso, Pindoretama retomou o posto de maior rapadura do país, em uma disputa marcada por rivalidades nordestinas envolvendo os municípios de Cascavel (CE) e Santa Cruz da Baixa Verde (PE), que haviam superado recordes anteriores.

Em julho de 2023, a cidade já havia conquistado o mesmo título ao produzir uma rapadura de 9,8 toneladas, mas o feito foi superado meses depois por uma produção de 10 toneladas em Cascavel. Em dezembro, Santa Cruz da Baixa Verde, no sertão pernambucano, assumiu a dianteira com uma rapadura de 13 toneladas. Em 2025, a resposta cearense veio em grande estilo.

A quebra da estrutura foi realizada no último dia do evento, em uma cerimônia pública marcada por emoção, esforço físico e celebração cultural. Imagens da repartição mostram servidores da prefeitura utilizando britadeiras industriais e ferramentas manuais enquanto o público aguardava por um pedaço do doce. A cena, ao mesmo tempo curiosa e impactante, virou símbolo do festival.

“Esse doce gigante foi produzido aqui, em nosso Engenho Almeida, de forma artesanal, preservando as raízes e a cultura do nosso povo”, afirmou a equipe responsável pela façanha, em publicação nas redes sociais. Para além do feito técnico, a ação foi um resgate da identidade local e da força da tradição açucareira.

Feita a partir da fervura do caldo de cana até adquirir uma consistência moldável, a rapadura tem origem histórica nos engenhos nordestinos e permanece como item de valor econômico e cultural em muitas regiões. No caso de Pindoretama, a iguaria é também parte do orgulho comunitário, sendo motivo de festas, empregos e reconhecimento.

O Pindorecana é realizado anualmente como uma forma de valorizar o pequeno produtor, impulsionar o turismo e destacar a importância da cana-de-açúcar para a economia local. Com a edição de 2025, a cidade não apenas entregou um espetáculo inédito, mas também reescreveu seu nome no mapa dos recordes brasileiros.

Ao fim da festa, a rapadura se transformou em centenas de pedaços distribuídos entre os presentes, encerrando o ciclo do doce com partilha e gratidão. Em uma época de resgate das tradições e valorização das raízes, a cidade mostrou que é possível unir força, técnica, emoção e sabor — tudo em uma mesma receita.

Com informações de G1.