Direto da Vila Gustavo, São Paulo, Luverci chegou em Caieiras na década de 80 por acaso.
O casal buscava um novo local para morar por conta da saúde de sua primogênita. Eles eram de Jaçanã e tinham ido até Atibaia, cidade vizinha de Mairiporã, que fica do outro lado da Rodovia Fernão DIas, para quem vem de Caieiras. Como o transito estava congestionado, o policiamento do local indicou um desvio de rota que caiu no Morro Grande e sequencialmente no centro de Caieiras, um lugarzinho aconchegante que os convenceu a ficar.
(…) Eu amo muito Caieiras (…)
Mudaram para a Avenida dos Estudantes, onde hoje funciona a Sodiê. Ali ela conta que fora sua garagem.
Pensamos juntos, a ideia foi: precisamos fazer uma escola, a escola mais perto dependia de ônibus e estradas perigosas. Então, rapidamente o Vasco e a Prô Luverci embarcaram na maior aventura de suas vidas.
O colégio nasceu com o nome Curumim, e foi durante os 4 primeiros anos aproximadamente, mas o nome foi trocado por conta de ter outro colegio com o mesmo nome e participaram do campeonato onde eles perderam e nosso colégio foi campeão. Como eles eram mais antigos, assim foi a troca do primeiro nome, esta troca obviamente marcou a trajetória de um negócio de sucesso, sendo então um marco importante neste curso.
O significado de curumim é o indiozinho, e Senemby significa lagartos verdes em tupi guarani, então a escolha foi feita por conta de que aqui nessa região quando nós compramos o terreno, tinham muitos lagartos verdes, então foi bem apropriado porque nós queríamos colocar um nome que lembrasse essas origens.
Pelos arredores da escola sempre viveram vários animaizinhos, de tucanos a macacos, até os queridos cachorrinhos… O problema daquele tempo era mesmo a lama… Agora como já tem muitas casas os animais somem, antes éramos só nós, isso era tudo lama, inclusive o asfalto ajudou muito, naquele tempo lavávamos os pés dos alunos para que pudessem andar após entrarem na escola. Era muita lama mesmo. Eu lavei muitos pés por aqui durante anos… (risos).
Quando chovia eu tinha que lavar as crianças com uma mangueira porque chegavam cheias de lama.
Na verdade ela contou que começou fazendo tudo, dando aula, secretariando, faxinando… E por ai vai!
O Colégio teve sua primeira sede na rua Dr. Armando Pinto, uma famosa rua no centro da cidade. Um prédio branco na época.
Sou formada, minha primeira formação é dentro da área de pedagogia e eu fiz um monte especialização dentro da área de pedagogia e depois me especializei em educação de excepcionais naquela época, hoje não se fala mais assim, são termos mais elegantes, eles merecem todo cuidado e respeito.
Não, no meu tempo não se trabalhava com isso, se trabalhava com os resquícios auditivos, e essa foi a época que avançaram muito com os aparelhos.
O colégio permanece sim, no que depender dos ensinamentos que vieram pra ficar, e a matriarca ja delegou tarefas…
Diz ela com toda a emoção: Ela anda conta que começou a trabalhar com 15/16 anos assumindo sala de aula numa escola de educação infantil. Era uma escola particular de educação infantil, depois quando se formou foi trabalhar na prefeitura de São Paulo. E, não era magistério ainda…
Não fiz magistério, eu sou mais velha que isso, isso é pras minhas filhas, na minha época eu fiz normal, esse era o nome, normal.
O Senemby todo ano tem uma novidade, entrou o High School que é uma coisa teoricamente nova, e pioneira.
É pioneiro sim, entrou bilíngue, depois o High School, depois entrou toda essa conexão com as faculdades fora do país, que é essa coisa de Senemby sem fronteiras, a Priscila tá com mais de 50 países parceiros. Embora a educação seja um local conservador por natureza cabe a educação preservar a cultura de uma sociedade, então ele faz em si um traço conservador, porém ela se defronta com uma sociedade onde a mudança se faz rapidamente e querendo ou não se forma um hiato uma separação por onde a sociedade tá indo e onde tá a educação que gera uma renovação constante, sempre foi e sempre será.
Até hoje filosofia é a matéria que a Pro Luverci mais gosta, a entrevista de hoje é para falarmos do pq largou de vez as salas de aula Prô? Faz tempo que eu larguei, depois eu dei aula de filosofia num seminário, um bispo me chamou pra dar aula num curso que eles chama de propendeu no início quando começa a formação de sacerdote eles tem um ano desse curso pra saber se é o que eles querem mesmo aí eu fui trabalhar com vocacionados.
Eu era diretora, professora, secretaria, porteira, faxineira nos finais de semana!
Fui dar aula de psicologia em um colégio de Freiras em Osasco e neste mesmo colégio tinha a grade completa, desde formação de professores, formação de crianças pequenas e na época eu fui ser professora do curso normal de formação de professores. Quando eu cheguei para as aulas, a professora de filosofia precisou de licença para ganhar bebê, foi então o momento em que precisavam que alguém que a substituísse durante os meses de gestação e de licença, eu não a conhecia mas as freiras que fizeram a contratação pediram gentilmente para dar aulas de filosofia no lugar dela.
Pra mim foi só mais um desafio porque eu já gostava de filosofia, lia e tinha tido no curso normal e no curso de pedagogia pedi a matéria e como conhecia por cima aceitei e me aprofundar no assunto.
Primeiro é ter a consciência de que o ser humano é o ser mais precioso. Uma criança é preciosa para os pais, para nós aqui na escola… é importante mantermos esse valor, esta responsabilidade que estas crianças estarão em mãos de pessoas conscientes, responsáveis, competentes e preparadas. Mas acima destas citadas responsabilidades, tenho uma grande responsabilidade com Deus, acima de tudo.