Com o objetivo de proteger uma das mais sensíveis reservas hídricas da região metropolitana, a Polícia Militar desencadeou na segunda-feira (26) uma operação de fiscalização voltada ao transporte de cargas perigosas. O trecho alvo da ação, entre os quilômetros 46 e 56 de uma rodovia que cruza Mairiporã, foi escolhido estrategicamente por estar situado nas imediações de um importante manancial.
Pontos Principais:
A movimentação de caminhões ao longo da rodovia parecia rotineira, mas cada veículo de carga era abordado por agentes treinados, atentos a qualquer sinal de irregularidade. O risco envolvido no transporte de substâncias químicas exige protocolos rigorosos, especialmente em áreas onde qualquer acidente pode comprometer o meio ambiente e o abastecimento de água de milhões de pessoas.
Segundo informações repassadas pela corporação, a ação foi planejada para reforçar o controle sobre produtos perigosos que circulam pela região. A operação se alinha a uma estratégia estadual de vigilância ambiental, em resposta ao aumento do fluxo logístico nas cidades do entorno de São Paulo, como Mairiporã, Caieiras, Cajamar e Franco da Rocha.
Agentes examinaram desde os documentos obrigatórios até o acondicionamento das substâncias transportadas. Além disso, motoristas foram orientados sobre medidas de segurança, rotulagem correta e exigências legais relacionadas ao tipo de carga. O ambiente de preservação no entorno da rodovia é um dos motivos que levou à intensificação da fiscalização naquele ponto específico.
Apesar da rigidez da abordagem, a Polícia Militar não divulgou, até a última atualização, se houve autuações ou apreensões. O foco, segundo os responsáveis pela ação, estava na prevenção. Impedir que produtos tóxicos sejam manuseados ou transportados de forma inadequada é a forma mais eficaz de evitar danos irreversíveis.
A escolha de Mairiporã não foi ao acaso. O município é uma das portas de entrada para a Serra da Cantareira e abriga represas e córregos que alimentam sistemas de abastecimento essenciais para a capital. A vulnerabilidade da região torna qualquer operação desse tipo não apenas necessária, mas urgente.
A iniciativa repercutiu entre ambientalistas locais, que há anos alertam para os perigos do trânsito de cargas pesadas próximo às zonas de preservação. A falta de barreiras naturais ou fiscalização contínua, segundo especialistas, agrava o risco de acidentes ou despejos acidentais.
Na prática, o que se viu foi um esforço concentrado para garantir que as normas de segurança e transporte fossem cumpridas à risca. Caminhoneiros, embora surpresos com a blitz, colaboraram com a vistoria. Muitos deles já estão habituados a operar em áreas sensíveis e dizem entender a importância das medidas.
A operação de Mairiporã integra um esforço maior que deverá se repetir em outras cidades do CIMBAJU. Com o crescimento das atividades logísticas e o aumento das denúncias de transporte irregular, novas ações semelhantes podem ser deflagradas nos próximos meses.
Ao fim da tarde, caminhões seguiam viagem em fila lenta, mas segura. A presença da Polícia Militar à beira da estrada, entre os veículos e a vegetação densa, deixava evidente a missão do dia: impedir que o progresso avance às custas da natureza.