Líderes empresariais dos Estados Unidos estão mantendo um perfil discreto em relação às eleições presidenciais de 2024. Ao contrário do que aconteceu em 2020, onde houve uma participação ativa e vocal dos executivos em questões políticas, a maioria dos CEOs prefere não se envolver publicamente na disputa entre Joe Biden e Donald Trump. Em 2021, após o ataque ao Capitólio, muitos líderes, como Mary Barra da General Motors e Doug McMillon do Walmart, pediram uma transição pacífica de poder. No entanto, com Trump liderando em várias pesquisas, a postura é diferente.
O silêncio dos executivos pode ser explicado pelo temor de retaliações políticas. Durante o mandato de Trump, um simples tweet do então presidente era capaz de causar prejuízos bilionários a uma empresa. Além disso, governadores como Ron DeSantis da Flórida mostraram disposição para enfrentar grandes corporações que se opuseram a políticas locais, como ocorreu com a Disney. Essa postura política agressiva fez com que muitas empresas adotassem uma prática de “greenhushing”, evitando discussões públicas sobre temas ambientais e sociais.
Dados da AlphaSense indicam que as menções a temas eleitorais em chamadas de ganhos do segundo trimestre foram significativamente menores em comparação com 2020. Essa redução reflete uma volta ao comportamento histórico, onde em anos menos turbulentos, como 2016, o envolvimento dos executivos em discussões políticas foi muito menor.
O comportamento atual dos CEOs também está relacionado às experiências dos últimos quatro anos. A pressão política e os ataques a empresas por seus posicionamentos sobre questões sociais resultaram em uma abordagem mais cautelosa. Mesmo quando há apoio a Biden, ele geralmente acontece nos bastidores, sem declarações públicas.
A perspectiva de um possível retorno de Trump ao poder pesa nas decisões dos executivos. A possibilidade de retaliações e o impacto direto nas operações e no valor de mercado das empresas fazem com que muitos líderes empresariais prefiram se manter em silêncio. A tendência é que apenas circunstâncias extraordinárias possam alterar essa postura.
Apesar do silêncio, alguns analistas acreditam que os CEOs estão apenas aguardando o momento certo para se posicionar. As eleições de 2024 estão cercadas de incertezas, e o comportamento dos líderes empresariais pode mudar à medida que o cenário político se desenrola.