Após o ataque ao comício do ex-presidente Donald Trump no sábado (13), diversas questões surgiram para o Serviço Secreto dos Estados Unidos responder. Trump ficou ferido e um espectador foi morto no ataque de Thomas Matthew Crooks, na Pensilvânia. O incidente levanta dúvidas sobre a eficácia das medidas de segurança adotadas pelo Serviço Secreto, cuja função inclui a proteção do presidente, vice-presidente e ex-presidentes do país. A investigação do incidente está a cargo do FBI.
Uma das principais dúvidas gira em torno da falta de proteção adequada no telhado de onde Crooks efetuou os disparos. Fontes indicam que o telhado era uma vulnerabilidade conhecida, mas não foi devidamente monitorado. Essa falha permitiu que o atirador tivesse uma linha de visão direta para o local do comício, o que poderia ter sido evitado com medidas de bloqueio visual.
A resposta dos agentes no momento do ataque também está sob análise. Embora os agentes tenham formado rapidamente um escudo ao redor de Trump após os disparos, houve uma pausa enquanto o ex-presidente pedia para pegar seus sapatos. Especialistas questionam se essa demora comprometeu a segurança de Trump, sugerindo que a prioridade deveria ter sido retirar o ex-presidente imediatamente para um local seguro.
Essas questões refletem a complexidade e os desafios enfrentados pelo Serviço Secreto ao proteger figuras públicas em eventos de alto risco. As respostas às perguntas levantadas pelo atentado serão cruciais para aprimorar as medidas de segurança e evitar futuros incidentes. O depoimento da chefe do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, em um comitê da Câmara dos EUA, será um passo importante na busca por respostas e soluções.
Uma das questões principais é por que o telhado de onde o atirador disparou não foi protegido com antecedência. Crooks conseguiu acesso ao telhado de um prédio próximo ao comício, a pouco mais de 130 metros de Trump. Segundo fontes familiarizadas com as operações do Serviço Secreto, o telhado era uma vulnerabilidade conhecida antes do evento.
A falta de proteção adequada no telhado permitiu que o atirador tivesse uma linha de visão direta para a área onde estava Trump. Especialistas sugerem que a linha de visão do telhado para o local do comício deveria ter sido bloqueada para evitar um ataque.
Testemunhas oculares relataram que avistaram Crooks rastejando pelo telhado com um rifle. Eles alertaram a polícia, mas o suspeito continuou se movendo por vários minutos antes de disparar os tiros e ser morto. Esse fato levanta dúvidas sobre a eficácia da comunicação entre as testemunhas, a polícia e os agentes que protegiam Trump.
O atirador já estava no radar das autoridades, sendo considerado suspeito perto dos magnetômetros do evento. No entanto, não está claro se essas informações foram adequadamente repassadas ao Serviço Secreto.
O ataque foi realizado a partir de uma área patrulhada pela polícia local e estadual, não pelo Serviço Secreto. Esse tipo de arranjo só é eficaz quando há um plano claro sobre como proceder diante de uma ameaça. A falta de coordenação pode ter contribuído para o incidente.
Ex-agentes do Serviço Secreto afirmam que, ao depender de parceiros locais, é essencial ter um planejamento detalhado e comunicação eficiente. A falha na atuação conjunta entre as forças de segurança pode ter resultado na incapacidade de impedir o ataque.
A alocação de recursos de segurança também está em questão. Um ex-chefe do Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara dos Representantes sugeriu que o Serviço Secreto estava sobrecarregado, resultando em uma segurança insuficiente no comício de Trump. A negação do pedido da equipe de Trump para reforçar a segurança é outro ponto de preocupação.
O Serviço Secreto negou que tenha recusado pedidos de reforço de segurança. No entanto, mensagens revelam que ex-membros da equipe questionaram como o suspeito conseguiu levar uma arma para tão perto de Trump. A resposta foi a falta de recursos.
A rapidez com que Trump foi retirado do palco também está sob escrutínio. Agentes formaram rapidamente um escudo ao redor do ex-presidente após os tiros, mas houve uma pausa enquanto Trump pedia para pegar seus sapatos. Alguns especialistas questionam se os agentes deveriam ter agido mais rapidamente para levar Trump a um local seguro.
O ex-presidente continuou cumprimentando seus apoiadores, o que pode ter atrasado a retirada. Um veterano do Serviço Secreto afirmou que teria agido imediatamente para retirar Trump da área de perigo.
O atentado contra Donald Trump levanta questões críticas sobre a eficácia das medidas de segurança do Serviço Secreto. A falta de proteção adequada do telhado, a comunicação falha sobre os alertas do atirador, a dependência da polícia local, a alocação de recursos de segurança e a rapidez na resposta ao incidente são pontos que precisam ser investigados. As respostas a essas perguntas serão essenciais para evitar futuros incidentes semelhantes e garantir a segurança de figuras públicas.
Fonte: G1.